Vai ser muito difícil os preços dos combustíveis voltarem ao patamar de 2010 se o consumo continuar crescendo, prevê o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares. A estimativa, segundo ele, é 3,6 milhões de novos veículos comercializados este ano, aumentando o consumo que não é acompanhado, no caso do etanol anidro e hidratado, pela produção.
"O problema é que houve um crescimento de 11% na demanda de uma maneira geral. Além disso, ocorreu quebra da safra da cana-de-açúcar, em um momento que o mercado consumidor estava em franca expansão, principalmente com o aumento da classe média, e o mercado não conseguiu acompanhar este crescimento", disse.
O presidente da Fecombustíveis rechaçou as denúncias de formação de cartel no setor varejista durante a crise na oferta de etanol.
Nós apresentamos ao governo documentos mostrando que absorvemos os impactos dos preço, porque há um limite imposto pelo próprio consumidor na hora de abastecer o seu veículo. Tivemos, inclusive, redução da margem [de lucro] em momentos de picos, e operamos no limite do tolerável. Semelhanças não são suficiente para caracterizar cartel, e a diferença nos preços cobrados decorre do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem valor distinto por estado".