O secretário de Indústria e Comércio, Nevaldir Graff, o "Ticha", apontou, ao Só Notícias, que o índice mínimo de 80% da produção dever ser exportada, inviabiliza a implantação da Zona de Processamento de Exportação em Sinop, a curto prazo. A principal desmotivação está atrelada a queda do valor do dólar, que segundo ele, inibe a aquisição dos produtos pelos mercados americano, europeu e chinês.
Ele informou que o assunto vem sendo discutido na administração, desde início da gestão, com cautela. Na região, as principais "molas" propulsoras da economia estão na exportação de grãos, carne e madeira. "As empresas que atuam nesses ramos já recebem os mesmo incentivos fiscais que receberiam com a implantação da zona", disse.
Outro aspecto que ele ressalta, é a logística. Sinop está no norte do Estado, e devido ao barateamento de custos, segundo ele, empresas preferiram integrar zonas de processamentos no litoral do país, o que facilita a exportação e o escoamento dos produtos. Mesmo com a conclusão da pavimentação da BR-163, na perspectiva do secretário, fundamental para o viablização da zona, seria a concretização de hidrovia na região.
"Falar em zona de processamento é um pouco vago, não tem nenhuma em funcionamento efetivo no país. 17 foram criadas e nenhuma está em operação. É primeiro preciso avaliar se compensa", declarou. A Assembleia Legislativa deve realizar em Sinop uma audiência pública para debater o assunto. O requerimento para o evento, de autoria do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), foi aprovado, ontem.
As ZPEs são distritos industriais incentivados, nas quais as empresas instaladas contam com suspensão de impostos, liberdade cambial e procedimentos administrativos simplificados. Entre os objetivos, está a atração de investimentos estrangeiros voltados para as exportações e criação de empregos.