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Censo: 174 mil pessoas ganham até R$ 70/mês em Mato Grosso

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Mato Grosso. Segundo maior Estado da região Centro-Oeste com uma população superior a 3 milhões de habitantes. Conhecido por seu potencial agrícola e uma economia impulsionada pelo agronegócio, a prestação de serviços e demais segmentos. Mas neste universo, uma realidade chama a atenção: os traços da miséria ainda persistem na unidade federada, obrigando famílias a sobreviverem com um rendimento mensal inúmeras vezes inferior a um salário mínimo. Para se ter uma ideia, quase 175 mil mato-grossenses ganham até R$ 70 por mês.
 
Ao todo, 174.783 mil pessoas do Estado vivem na extrema pobreza, conforme constatou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Apesar de serem preliminares tais dados, eles deixam Mato Grosso na segunda posição do ranking regional onde mais se concentram os traços da miséria. O Estado de Goiás lidera a relação com 215,9 mil pessoas vivendo em situação de extrema pobreza.
 
Mato Grosso aparece logo em seguida, com seus mais de 174 mil casos, seguido por Mato Grosso do Sul, onde são 120.103 mil inseridos na linha de extrema pobreza. O Distrito Federal aparece em último lugar, com 46.588, de acordo com o Governo Federal. No país, são 16,2 milhões de pessoas que ganham até R$ 70 mensalmente. Para chegar aos números, o governo apoiou-se em dados do Censo do IBGE e estudos do IPEA.
 
Ontem, o governo anunciou que a população inserida na extrema pobreza será beneficiada pelo Programa Brasil sem Miséria, que ainda será lançado pela presidenta Dilma Rousseff. Conforme o MDS, o plano envolve ações de transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva, abrangendo 8,6% da população brasileira. A meta brasileira é erradicar até 2014 a pobreza.
 
Durante a apresentação do plano, a ministra Tereza Campello afirmou que o “esse público será prioritário, dado seu nível de vulnerabilidade, de grande fragilidade, que justifica esse olhar especial”. “O plano é ousado e não envolve uma única ação, mas iniciativas de diversos setores”, comentou a ministra.
 
Os resultados concluíram que dos brasileiros com 15 anos ou mais, que ganham até R$ 70 por mês e que vivem na zona rural, 30,3% são analfabetos. Na área urbana, esse índice é de 22%. Entre os extremamente pobres, 50,5% são mulheres e 70,8% se declararam pretas ou pardas. No conjunto da população indígena, 39,9% estão em situação de miséria. Os dados revelam ainda que quase a metade do público mais pobre residente na área rural não tem banheiro no domicílio.
 
Em Mato Grosso, a maior faixa de moradores vivendo em condições de extrema pobreza está na área urbana: são 92.774 mil contra 82.009 residentes no campo. Ao todo, 49.307 mil domicílios foram identificados e abrigam a população de 174.783 mil que recebe R$ 70 mensais. Os domicílios estão mais nas cidades: 29.727, enquanto 19.580 estão nas áreas rurais.

Regional
Dentre as regiões brasileiras, a Centro-Oeste é a que registra a menor incidência de pessoas vivendo na extrema pobreza. Entre os Estados (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal) são 557.449 mil. Deste universo, mais de 372,8 mil residem nas cidades e 184.5 mil no campo.

Já dos 16,27 milhões de extremamente pobres no país estão concentrados principalmente na região Nordeste, totalizando 9,61 milhões de pessoas (59,1%), distribuídos 56,4%no campo, enquanto outros 43,6% em áreas urbanas.

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