O presidente em exercício da Agência Executora das Obras da Copa do Mundo (Agecopa), Yênes Magalhães, fez esclarecimentos sobre o novo sistema de transportes coletivos a ser implantado em Cuiabá e Várzea Grande e que integra os preparativos para a Copa 2014. Yênes Magalhães destacou que a opção pelo sistema BRT (Bus Rapid Transit), que prevê a instalação de corredores exclusivos para ônibus articulados, antecede a criação da Agecopa.
Esta foi uma decisão do Governo do Estado tomada ainda em 2008, quando Cuiabá se candidatou a sede da Copa. A opção pelo BRT foi encaminhada à Fifa pela gestão anterior, com base em estudos técnicos das prefeituras de Cuiabá, Várzea Grande e da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados no Estado de Mato Grosso (Ager).
A partir da conquista do direito de Cuiabá ser uma das doze sedes, começaram os entendimentos com o ministério das Cidades e do Esporte. Em janeiro de 2010 foi assinada a Matriz de Responsabilidade pelo então governador Blairo Maggi, então prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, e ministro do Esporte, Orlando Silva. Este documento que estabelece as responsabilidades de cada ente federado também referendava a opção pelo BRT.
Posteriormente o Governo do Estado encaminhou ao Ministério das Cidades a proposta de operação de crédito para financiar os dois corredores BRT – Coxipó/Centro e Aeroporto/CPA. Em junho de 2010, a Assembleia Legislativa autorizou o Governo do Estado a contratar operação de crédito até o valor de R$ 458 milhões para financiar o BRT.
Em setembro daquele mesmo ano, o governador Silval Barbosa assinou contrato de financiamento com a CEF, que recebeu este ano os projetos dos corredores BRT e está analisando para iniciar a liberação dos recursos necessários à implantação do novo sistema.
OUTRO SISTEMA
Yênes Magalhães ressaltou que a Agecopa está apenas dando prosseguimento a uma decisão de governo que teve o aval da Assembleia Legislativa. "O objetivo maior é deixar como legado para a população o melhor sistema de transporte coletivo, com o menor custo de implantação e de operação e tarifas condizentes com a realidade local", destacou.
Por determinação do governador Silval Barbosa, a agência se propôs a receber e analisar o estudo de viabilidade econômica sobre o sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), prometido para o final de março último. Depois da audiência com o governador em fevereiro, onde o presidente da Assembleia, deputado José Riva, apresentou um grupo de empresários portugueses interessados em mplantar o VLT, a Agecopa promoveu uma reunião com os técnicos da empresa que receberam todas as informações necessárias para embasar os estudos de viabilidade.
Desta reunião participaram dois membros do Ministério Público estadual, a procuradora de Justiça Silvana e o promotor Clóvis, assegurando a necessária transparência e lisura em todos os procedimentos. Quanto às afirmações de que os técnicos da empresa portuguesa teriam sofrido ameaças ou pressões, o presidente da Agecopa afirmou que já fez uma consulta à Procuradoria Geral do Estado sobre os procedimentos a adotar para que estas denúncias sejam investigadas pelas autoridades responsáveis.
Yênes Magalhães finalizou colocando-se à disposição para um amplo debate sobre a viabilidade do BRT, do VLT ou mesmo do monotrilho, com a participação dos poderes e dos segmentos da sociedade organizada. De qualquer forma, a decisão final caberá ao governador Silval Barbosa, com quem o presidente da Agecopa vai se reunir assim que o chefe do Executivo retornar de sua viagem de trabalho ao exterior.