Trabalhadores mato-grossenses agora têm limite maior para financiamento de imóvel com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A mudança, divulgada pela Caixa Econômica Federal, já pode ser aplicada nas novas operações de crédito. Os valores atuais são de acordo com o número de habitantes de cada município. Em Cuiabá, por exemplo, o teto para empréstimo imobiliário aumentou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Já em Várzea Grande, o valor subiu de R$ 100 mil para R$ 130 mil, anuncia o gerente regional da Caixa, José Luís Dias.
Segundo ele, nas demais cidades mato-grossenses, com população igual ou superior a 50 mil e abaixo de 250 mil habitantes, o crédito saltou de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Nessa condição, o número de beneficiários brasileiros aumentou 500 mil para de 18 milhões de pessoas. Ele ressalta que alteração dos valores foi resultado de uma ampla análise do mercado. Dias explica que vários fatores contribuíram para o reajuste, um deles é o acompanhamento na valorização dos imóveis no meio comercial. Ele informa que não houve alteração na faixa de renda exigida para os financiamentos.
As operações de financiamento, com recursos do FGTS, na área de Habitação Popular, destinam-se aos trabalhadores com renda mensal bruta de até R$ 3,9 mil. Nos empréstimos vinculados a imóveis, situados nos municípios integrantes das regiões metropolitanas dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF), e nas capitais estaduais, o limite de renda é de R$ 4,9 mil.
Para o representante do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Júlio Flávio de Miranda, a medida é positiva para o setor, justamente porque aumenta o valor dos imóveis que antes não podiam ser financiados com recursos do FGTS. Ele comenta ainda que a alteração dos valores era necessária ao passo que o mercado já havia sofrido valorização.
O gerente regional da Vanguard Home, Márcio Ferreira, lembra que antes da mudança muitas pessoas que optavam por comprar o imóvel acabavam pagando mais caro pelo financiamento, porque não podiam aproveitar os benefícios do Fundo. "Isso deve incluir um número maior de interessados em adquirir um imóvel, tendo mais essa opção para o pagamento do bem".
O proprietário da Gerencial Construtura, Paulo Di Sério, complementa que a alteração do valor é interessante para o segmento. Por outro lado, ele recorda que o setor será penalizado pelo corte da verba destinada ao programa Minha Casa, Minha Vida, que irá baixar de R$ 12,7 bilhões para R$ 7,6 bilhões, uma perda de R$ 5,1 bilhões, o que equivale à construção de 200 mil casas populares este ano. Essa redução conduzida pelo governo federal visa cortar, no total, R$ 50,087 bilhões no orçamento nacional.