O secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes, anunciou a criação de uma força tarefa para combater a proliferação de abates irregulares ou clandestinos na atividade frigorífica e evitar que carne de procedência e qualidade duvidosas sejam comercializadas. "O governo será implacável no combate aos frigoríficos irregulares ou com atividades clandestinas. Trata-se de uma questão de saúde pública e de sanidade animal", afirmou o secretário.
O trabalho será feito em parceira com os órgãos públicos para lacrar e acabar com a atividade clandestina no Estado. "O cerco será fechado também nos pontos de comercialização de varejo ou atacado que estão adquirindo esses produtos sem selo de qualidade ou inspeção", informou.
Os órgãos públicos que serão parceiros desta ação, são eles, a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) por meio do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Secretaria de Fazenda (Sefaz), Secretaria de Saúde, Polícia Militar, Ministério da Agricultura e outros.
Segundo Eder, estima-se que cerca de 2,5 milhões de cabeças por ano são abatidas de forma criminosa colocando em risco a saúde pública das pessoas consumidoras e dos próprios rebanhos espalhados pelo Estado. "Além disso, prejudica frontalmente a economia do Estado, por causa do aumento da capacidade ociosa dos frigoríficos regulares", acrescentou o secretário.
Segundo o presidente do Indea, Valney Souza Corrêa, o governo irá trabalhar de forma rígida, prezando pela saúde da população. "Os animais abatidos de forma irregular representam ameaça para a saúde do cidadão, pois a carne passa muito rapidamente do estado de rigidez cadavérica para o estado de putrefação", esclareceu Corrêa.
De acordo com especialista na área de vigilância sanitária, as doenças mais comuns, as quais a população está exposta com a carne clandestina, destacam-se a brucelose, salmonela, cisticercose e até a tuberculose.
Na oportunidade, o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, ressaltou que Mato Grosso é o estado com o maior rebanho bovino do Brasil com mais de 27 milhões de cabeças de gado e que esta ação é fundamental para acabar com os abates irregulares que prejudicam tanto o animal como o consumidor final. "Mato Grosso é exemplo de produção e não podemos mais permitir que os clandestinos atuem", afirmou.