Arroz, feijão e carnes são os itens da cesta básica mais consumidos nas refeições dos brasileiros e os que mais pesam no bolso do consumidor na hora de pagar a conta no supermercado. O quilo da carne bovina, por exemplo, acumulou alta de 140% nos últimos 6 anos, conforme dados do Instituto Mato-grossense se Economia Agropecuária (Imea). O arroz, produzido em Mato Grosso, ficou mais caro à população em função da entressafra. Já o feijão foi o produto que registrou a maior alta em 2010, de 51,3%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Nas gôndolas, as mínimas alterações de valores são observadas pelos compradores mais atentos. Para o casal Terezinha e Paulo Audi, em cada visita ao supermercado é possível notar o aumento nos preços. Para eles, cada centavo a mais faz diferença no final do mês. "A solução é estocar quando o produto está mais em conta ou diminuir a quantidade se ficou mais caro", afirma Terezinha.
Na lista da cesta básica, a Abras ainda aponta que o papel higiênico (43,3%), algumas carnes nobres (até 34,9%), os queijos (até 34,3%) acumularam as maiores altas em 2010. As quedas mais expressivas ficaram com a cebola (-47,1%), a batata (-19%) e o tomate (-13,6%). Para o presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Kássio Catena, no Estado não é possível traçar um produto que mais influenciou no preço da cesta básica. "Os valores oscilam muito, dependendo da produção".
Por outro lado, o proprietário da rede Modelo, Altair Magalhães, enumera alguns produtos cujos preço fazem diferença no orçamento destinado à alimentação, como a carne bovina, arroz, feijão, açúcar e óleo vegetal. "Os produtos industrializados também apresentaram variação de preço considerável em 2010".
Para driblar a alta nos preços alguns consumidores têm optado por táticas que visam reduzir os gastos. O empresário Airarde Alvez Juiz conta que sempre fica de olho nos panfletos promocionais dos supermercados. Ele diz ainda que outra opção é trocar alguns itens cujos preços estejam maiores. "Quando a carne vermelha está muito cara, compro aves ou peixes. Nas frutas procuro sempre as da estação".
É justamente essa prática que o economista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), José Manuel Marta, aconselha os consumidores que vão às compras. Ele explica que a economia, nem sempre está na buscar do preço mais baixo. "É preciso verificar a marca, a quantidade e a qualidade do produto". Marta acrescenta que a escolha e a pesquisa podem diminuir o valor final da compra.
Balanço – As vendas nos supermercados aumentaram entre 4,5% e 5% nos supermercados de Mato Grosso em 2010 na comparação com o ano anterior. O balanço é estimado pelo presidente da Asmat, Kássio Catena. Ele explica que a variação acompanhou a média nacional, que ficou em 4,2% de um ano para outro. Os dados nacionais foram divulgados nesta segunda-feira (31) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Atualmente, o preço médio do arroz é de R$ 8 (pacote de 5 kg); R$ 5,99 pelo litro do óleo de girassol; R$ 3,50 no pacote de açúcar (2 kg), e R$ 2,50 no pacote de feijão (1 kg).