Os pecuaristas matogrossenses desembolsaram mais de R$ 50 milhões apenas com a aquisição de vacinas contra a febre aftosa em 2010, para manter o Estado livre da febre aftosa. No mês de novembro de 2010, foi realizada a maior etapa de vacinação para imunizar bovinos e bubalinos de Mato Grosso de todas as idades contra a febre aftosa.
Os pecuaristas gastaram nessa etapa R$ 38,5 milhões na compra de vacinas para imunizar 28.769.469 milhões de cabeças, rebanho registrado em 2010 pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). O preço médio da dose da vacina custou ao produtor de R$ 1,34, segundo levantamento solicitado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O reajuste nos preços foi de 20% com relação aos preços praticados no Estado na etapa de novembro de 2009, onde a dose foi comercializada em média a R$ 1,14.
Na etapa de maio do ano passado, que é feita com animais de zero a 24 meses, os pecuaristas matogrossenses tiveram um gasto de R$ 12,4 milhões na compra de vacinas, para imunizar 11 milhões de cabeças contra a aftosa. O produtor pagou pela dose em média, R$ 1,13. "Costumamos dizer que o pecuarista é o grande protagonista dessa história de sucesso no qual o Estado não registra há mais de 15 anos um foco da doença. Isso é mérito do produtor que não mede esforços para vacinar o maior rebanho do país. Nos últimos anos a vacinação espontânea é sempre de quase 100%", disse o presidente da Acrimat, João Bernardes.
"Esse custo de R$ 50 milhões é só com a compra da vacinas contra a febre aftosa, mas o produtor tem a despesa com o transporte, manejo e outros itens importantes nesse processo da campanha, sem falar nas demais vacinas que são aplicadas durante o ano todo", comentou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Ele ressalta que "o produtor sabe de sua responsabilidade em manter o estado de Mato Grosso com o status de zona livre de febre aftosa, pois é o passaporte para levar o boi que ele produz para mercados exigentes como o europeu".
Os produtores matogrossenses estão comemorando este ano 15 anos sem a presença de febre aftosa no estado. O resultado da última etapa de vacinação, onde todo rebanho é vacinado, mostrou que 99,74% do rebanho receberam a vacina de forma espontânea. "Um índice que temos que comemorar e agradecer aos produtores e entidades parceiras, pois tudo o que acontece na pecuária reflete nos demais setores da economia", disse o secretario de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Jilson Francisco da Silva, que durante a cerimônia de comemoração dos 15 anos sem aftosa, homenageou com a entrega de placas diversas entidades pela conquista, entre elas a Acrimat.
Mato Grosso detém o maior rebanho do Brasil, que segundo dados divulgados hoje (19) pelo Indea, vêm crescendo de forma significativa. Em 2009, o rebanho era de 27.294.923 milhões de cabeças, em 2010 esse número cresceu 5%, saltando para 28.769.469 milhões, um aumento de 1.474.546 milhões de cabeças, distribuídas nos 141 municípios do estado.
O produtor que não comunicou a vacinação de seu rebanho ao Indea vai pagar uma multa equivalente a 2,25 UPF"s -Unidade Padrão Fiscal – que corresponde a R$ 74,25 por animal não vacinado. O animal não vacinado durante da campanha, receberá a dose com acompanhamento de técnicos do Indea.