A lagarta-das-maçãs (Heliothis virenscens), comum nas lavouras de algodão em Nova Mutum, está sendo encontrada também em plantações de soja do município. O alerta foi feito, hoje, pelo engenheiro agrônomo Naildo da Silva Lopes e causa preocupação tanto para produtores como para os profissionais agrônomos. A adaptação do hábito alimentar da praga deve interferir nos custos de produção.
"Existem produtores comprando agentes que não controlam de forma eficiente essa praga e tem aqueles que estão utilizando uma dosagem menor do que a necessária para o efetivo controle", alertou. Naildo lembra que não há no mercado produtos registrados que combatam a lagarta-das-maçãs que atacam a soja, tanto que o controle está sendo feito com o mesmo produto utilizado para combater a lagarta falsa medideira, que também fica na parte mais baixa da planta.
O engenheiro agrônomo lembra que os agricultores precisam comprar os produtos adequados para o controle e ter o acompanhamento técnico especializado, além de não trabalhar com materiais que agridam os inimigos naturais.
A lagarta-da-maça não é restrita a Nova Mutum. Em Primavera do Leste, o problema também existe. Em recente publicação, o engenheiro agrônomo especialista em genética, fertilidade de solos e nutrição de plantas, Gerbi Luiz de Lucas, alertou sobre o problema na região. "Talvez o plantio e principalmente o plantio em paralelo do binômio soja-algodão, ou possíveis sucessões soja-algodão-soja sejam os grandes causadores desta adaptação do inseto dentro do bioma em que convivem ambas as culturas", escreveu em um artigo.
Segundo Gerbi, "o mais grave é que a lagarta da maçã ataca o coração dos componentes principais da produção e da produtividade da soja principalmente após a florada, quando, além da área foliar, a sua infestação destrói flores, vagens e grãos da oleaginosa afetando também outro componente da produção a qualidade do grão a ser comercializado", complementou.