O Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central reduziu, pela décima vez consecutiva, a Selic (taxa básica de juros), que agora está em 7,25% ao ano. Com o corte da taxa básica, os fundos de renda fixa têm um retorno menor, assim como a "nova" caderneta de poupança (aplicações feitas a partir de 4 de maio), que com a Selic em 8% ao ano paga 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial) ao ano.
Entretanto, os depósitos antigos na caderneta, efetuados até o dia 3 de maio deste ano, continuam rendendo 6,17% ao ano mais TR, tornando-os mais rentáveis do que os fundos DI (mesmo aqueles com taxas de administração menores), de acordo com levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). "Tal fato ocorre uma vez que a caderneta de poupança tem seu ganho garantido por lei e não sofre qualquer tributação, diferentemente dos fundos", aponta o vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira.
Como a poupança não cobra impostos e nem taxa de administração, até mesmo a rentabilidade da nova caderneta ganha de boa parte dos fundos DI com taxas mais altas e prazo de aplicação mais curto (que resulta em um pagamento maior de Imposto de Renda). Por isso, a dica é pesquisar por fundos que ofereçam taxas mais baratas e se programar em relação ao resgate, para pagar menos imposto.
Para ilustrar, a associação efetuou cálculos do rendimento de fundos no cenário atual (com a Selic em 7,5% ao ano), levando em consideração diferentes prazos para resgate e taxas de administração. A entidade elaborou duas tabelas para a comparação: uma considerando a rentabilidade dos depósitos antigos na caderneta de poupança (feitos até 3 de maio), de 6,17% ao ano mais TR, e outra considerando novos depósitos, com a regra nova: 70% da Selic mais TR. Nos casos em que a rentabilidade do fundo está na cor verde, a remuneração é maior do que a poupança. Quando a rentabilidade estiver em vermelho, a poupança é mais vantajosa e em preto, os dois têm o mesmo rendimento.