A paralisação das atividades desempenhadas por servidores do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) já está refletindo nos frigoríficos do Nortão. O diretor do grupo Frialto (que conta com unidades em Sinop, Matupá e Nova Canãa do Norte), Paulo Bellincanta, explicou ao Só Notícias que as três unidades abatem 1,8 mil cabeças de gado por dia. Hoje, somente a de Sinop deve trabalhar mas “só teremos um terço do abate. Para quinta e sexta-feiras já para por completo. Em Sinop, só haverá abate porque alguns caminhões (que transportam animais) estavam atrasados”, disse.
As atividades no Indea foram suspensas na segunda-feira (8) e, com isto, os documentos necessários para que o transporte de gado ocorra não são emitidos. Com os abates paralisados, quem poderá sofrer as consequências também é o consumidor, já que o abastecimento nos mercados tende a diminuir e os preços cobrados pela carne aumentarem.
Apesar de não ser favorável ao movimento de paralisação, Bellincanta se mostra a favor dos funcionários. “O que se percebe é que o Estado abandonou o órgão. O Estado precisa olhar para esse órgão com mais carinho porque é um dos principais fatores da economia e está jogado às traças. O Estado precisa olhar com urgência e carinho, não pode virar as costas para os funcionários”, reforçou.
Na avaliação do empresário, a paralisação causa prejuízo social. “Todas as atividades paralelas ao setor passam a sofrer as consequências”, pontuou. “O órgão é que cuida da sanidade animal e, sem sanidade, não há exportação”, destacou, lembrando o cenário econômico do Estado.
Inicialmente, o Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário do Estado (Sintap) estima que a paralisação ocorrerá até esta quinta-feira, no entanto, em contato com a unidade do Indea em Sinop, os profissionais alegaram não ter prazo para encerrar o movimento.
Além dos frigoríficos, o setor madeireiro também fica “travado” porque não consegue despachar as cargas de madeiras vendidas.