Retomando a liderança perdida em julho, ouro bateu recorde histórico no mercado doméstico e despontou como o ativo de maior rentabilidade no mês, com alta de 4,67%. A commodity costuma ser mais demandada em períodos de instabilidade econômica. Outro destaque do período foi o Ibovespa – o melhor investimento do mês passado -, que, assim como o metal precioso, registrou alta 1,72%, seu segundo mês seguido no azul.
Com a Selic na mínima histórica, as aplicações em renda fixa tiveram suas rentabilidades corroídas pela inflação – e continuam tendo, cada vez mais, suas atratividades reduzidas conforme o Banco Central continue com o ciclo de cortes na taxa básica de juro, agora em 7,5% ao ano. O dólar Ptax, por sua vez, subiu durante boa parte do mês, mas fechou em baixa de 0,72% – o único investimento com rentabilidade nominal negativa em agosto. Os CDBs (Certificados de Depositório Bancário), CDI (Certificado de Deposito Interbancário) e poupança também tiveram rentabilidade negativa.
Ouro lidera a rentabilidade
Com alta de 4,67% no mês, cotado a R$ 110,95 o grama, o ativo ganhou impulso com o aumento da aversão ao risco no cenário internacional. A cautela com relação à recuperação da economia global continuará a calibrar a corrida pelo metal, segundo diz Mauricio Gaioti, da OM D.T.V.M.
"O ouro, ativo historicamente bastante líquido, continuará a se valorizar nos próximos meses, devido ao aumento do medo em relação à crise financeira", disse Gaioti. No ano, o metal já sobe 16,79%. Gaioti acrescenta que, apesar da alta, o ativo ainda tem espaço para apreciação.
Ele adiciona que o rali poderá ser intensificado com a proximidade da eleição presidencial dos Estados Unidos, em novembro. O gerente de negócios da Reserva Metais, Edson Magalhães, acrescenta que a temporada de casamentos indianos, em outubro, poderá corroborar com uma elevação ainda mais expressiva do metal.