Após determinação judicial, 639 fiscais agropecuários voltaram ao trabalho. Segundo o presidente do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Wilson Roberto de Sá, os servidores obedeceram a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e retomaram as atividades nos portos, aeroportos e postos de fronteiras, além da inspeção para abate de bovino, suínos e aves. Nos demais setores, no entanto, a greve continua. "É uma decisão judicial e temos que cumprir. Nos outros setores continuamos trabalhando com 70% [do pessoal]", disse.
Mesmo com o retorno das atividades, o sindicalista acredita que ainda vai demorar para que os serviços sejam normalizados. "Com o número normal de fiscais não damos conta do volume. Vamos ter problemas para restabelecer as atividades. Não vai acontecer como varinha de condão. Acho que precisamos pelo menos de um dez dias", acrescentou.
A decisão judicial, comunicada na última sexta-feira (10), determinou retorno imediado dos servidores em greve. Segundo dados do sindicato da categoria, dos 3.200 fiscais, 70% estavam sem trabalhar. O descumprimento da determinação da Justiça resultaria em multa diária de R$ 100 mil para a Anffa Sindical.
O presidente do sindicato disse ainda que irá recorrer da decisão judicial. "Até amanhã (14), devemos entrar com recurso. O governo está colocando na nossa conta o resultado de outras paralisações. Por um lado, isso demonstra a importância da nossa carreira, que é essencial. Por outro, usaram expediente que fere a Constituição, já que fomos impedidos de continuar com a greve".
Em protesto à decisão judicial, que determinou o fim da greve, os fiscais federais agropecuários vão distribuir 3,5 mil litros de leite. O ato vai ocorrer amanhã (14), às 14h, entre os ministérios do Planejamento e da Agricultura.