A partir de setembro os mato-grossenses vão pagar mais caro pelo gás de cozinha em função da alta nos custos do setor. O percentual que será acrescido ao preço do botijão de 13 quilos do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ainda não está definido, mas será calculado com base no aumento do óleo diesel e no dissídio coletivo dos trabalhadores do setor, previsto para ocorrer no dia 1º do próximo mês. "As companhias estão finalizando as análises para repassar o reajuste", informa o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás de Mato Grosso (Siregás/MT), José Humberto Botura.
Mesmo não sendo possível prever o valor do custo final que será pago pelo consumidor, tudo indica que o aumento será superior ao reajuste de outubro de 2011 quando o índice oscilou entre 4% e 7% após o dissídio. O motivo, segundo Botura, é o encarecimento do frete resultado da alta no preço do diesel que entrou em vigor no mês passado, mas até o momento não foi repassado aos revendedores de gás. "O combustível subiu em torno de 20 centavos por litro e isso gera novos custos ao setor de transporte que são repassados para o distribuidor e consequentemente ao consumidor".
Contudo, a reposição salarial dos funcionários do setor que já vem sendo discutida em Mato Grosso é o principal responsável pelo reajuste anual do gás de cozinha que costuma ser realizado a partir de setembro. Em algumas situações, alguns revendedores ainda conseguem segurar os preços por alguns meses, o que justifica o aumento em datas distintas, como ocorreu no ano passado quando alguns comerciantes da Grande Cuiabá alteraram os preços em janeiro deste ano, ou seja, seguraram o reajuste para não prejudicar os consumidores.
Gerente de uma distribuidora de gás e água em Várzea Grande, Adna Jesus de Oliveira, diz que dessa vez não será possível retardar a majoração ao consumidor. Explica que já trabalham com uma margem de lucro muito pequena, motivo pelo qual não é possível amenizar o aumento repassado pelas companhias fornecedoras. "O aumento do frete devido o reajuste do diesel já foi repassado pelos fornecedores da água, então à medida em que as companhias que fornecem o gás aumentarem o preço, vamos reajustar o nosso também".
Adna também reclama da desorganização no setor que segundo ela, acarreta prejuízos para os comerciantes. "Em Cuiabá e Várzea Grande ainda tem muitos revendedores clandestinos que conseguem vender o produto mais barato. Isso prejudica quem trabalha dentro da lei e já recebe o gás com um preço tabelado da distribuidora, o que impede de elevar nosso valor acima da média local ou baixar para equiparar aos clandestinos".
Levantamento de preços realizado pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente a semana de 29 de julho a 04 de agosto, mostra que a cidade de Sorriso tem o gás mais caro de Mato Grosso. No município, polo do agronegócio, o botijão foi encontrado pelo preço máximo de R$ 54 e mínimo de R$ 50. O valor médio ficou em R$ 51,88, enquanto em Várzea Grande o preço médio foi registrado em R$ 45,50 com máxima de R$ 47 e Cuiabá preço médio de R$ 48,59 indo até R$ 53,90.