Deve entrar em vigor na próxima semana os reajuste entre 5 e 10% da pauta da madeira, que é usada como base para ser cobrado, das indústrias, o ICMS- Imposto Circulação de Mercadorias e Serviços-. A informação foi confirmada, ao Só Notícias, pelo presidente Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), José Eduardo Pinto, que disse que ela deve entrar em vigor amanhã (28). Ele também afirmou que apesar de várias negociações o governo não atendeu parte das reivindicações do setor madeireiro. “Muitos dos nossos pedidos foram atendidos, mas alguns que não foram atendidos vão prejudicar bastante a nossa competitividade com os demais Estados”.
Segundo José Eduardo, o governo não atendeu o pedido de reajuste em até 5% para as madeiras mais comercializadas e esse índice foi de 10%, com isso os custos serão sobrecarregados e o setor poderá perder competitividade. “Infelizmente o governo editou a nova pauta com reajuste de 10% e isso onera demais os nossos custos e nos coloca em uma situação de dificuldade com relação aos demais Estados amazônicos na questão de competitividade do nosso poduto nos Estados compradores”.
As madeiras mais comercializadas e onde o setor deverá ter maior prejuízo são Cedrinho, Peroba e cambará. Eduardo disse também que em outros Estados a carga tributária é menor e não incide o Fethab e taxas de classificação. Com isso o custo tributário estadual é bem diferente do de Mato Grosso.
Conforme Só Notícias já informou, em fevereiro, o deputado Dilmar Dal`Bosco (DEM) criticou, durante sessão da Assembleia, o governo estadual por aumentar a pauta. Afirmou que, além de sofrer com a burocracia ligada às questões ambientais, os extrativistas agora enfrentam uma alta carga tributária, perdendo a competitividade com outros estados.
A extração da Itaúba, segundo Dilmar, reflete bem a discrepância dos valores cobrados em Mato Grosso. Ele afirma que, no Estado, o metro cúbico desta espécie é 177% maior do que o praticado no Pará. “A Itaúba é vendida por R$ 240 no Pará e R$ 350 em Rondônia, enquanto em nosso estado esse valor é de R$ 665. Completamente inviável”, pontuou. Outra diferença absurda apontada pelo democrata é quanto aos valores de comercialização do Ipê, que no Pará gira em torno de R$ 520 e em Rondônia R$ 600 e aqui em Mato Grosso, com a nova pauta, passará a custar R$ 1.520.