Se Mato Grosso tivesse uma logística à altura do esforço e vontade dos produtores, poderia economizar US$ 70 por tonelada produzindo os atuais 45 milhões de toneladas de grãos e, assim, injetaria na economia anualmente mais de US$ 3,150 bilhões. Os dados foram apresentados no Fórum Brasil Central do Agronegócio, em Sinop.
O produtor rural e ex-prefeito do município de Água Boa, Maurício Tonhá, fez a apresentação "Logística sobre a óptica do produtor rural". Segundo o cenário exposto, Mato Grosso poderá injetar na economia brasileira, anualmente, US$ 7 bilhões em 10 anos, quando a produção será de 100 milhões de toneladas de grãos, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), general Jorge Fraxe, palestrante no painel, falou que o Brasil não tem a cultura de planejar ações e que, no agronegócio, é necessário avaliar o cenário desde o plantio até a armazenagem e o transporte. "Só assim teremos como saber a dimensão do sistema logístico, pois é muito mais que uma estrada e um caminhão", frisou.
Tonhá também apontou o déficit em armazenagem, que atualmente é de 25 milhões de toneladas. Ele ainda evidenciou a disparidade dos custos com frente mesmo dentro do Brasil. Em Mato Grosso, o frete é de aproximadamente US$ 133 por tonelada, enquanto no Paraná é de aproximadamente US$ 43.
Na comparação entre países, o custo para escoar de Mato Grosso também é bastante alto. Para escoar o grão de Sinop à China, maior compradora do grão, gasta- se US$ 190 por tonelada transportada, enquanto os argentinos, que fazem divisa com o Brasil, gastam US$ 102, ou seja, US$ 88 a menos.