O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) recomendou, há pouco, aos associados, que evitem o embarque de cargas para clientes, neste final de semana. De acordo com o diretor Fernando Pagliari, a medida é necessária até que se defina qual será o entendimento sobre a revogação da lei de obrigatoriedade de classificação e identificação da madeira extraída no Estado. “A liminar, expedida ontem, vai causar um desconforto para o Instituo de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e muito mais para o setor madeireiro que vai ficar em uma insegurança jurídica muito grande. Nós estamos sujeitos a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal e Sefaz. Eles não vão questionar a classificação por espécie, eles só vão verificar que não tem a certificação e não tendo, o entendimento poderá ser no sentido que a madeira está irregular e apreender o caminhão”, explicou, ao Só Notícias.
Segundo o presidente, Gleisson Tagliari, as principais dificuldades do setor em cumprir a determinação são as questões técnicas e de infraestrutura. “Até hoje não se tem um consenso de determinadas espécies de madeira quanto nome científico, gênero e espécie. Tem acontecido, recentemente, algumas apreensões por conta de divergências de nomenclatura. Muitas são dadas pelos engenheiros florestais e o empresário carrega com esse nome, porém, sobre o ponto de vista técnico a gente se depara com fiscalizações que dizem que o nome não é o procedente para aquela espécie”, disse.
Conforme Tagliari, o Indea está com a estrutura deficitária para o atendimento do setor de base florestal. “Se hoje formos às regionais para fazermos a classificação não se tem papel moeda e nem um sistema habilitado para que se faça isso. O que nós gostaríamos é que o órgão pudesse se estruturar e certificar tecnicamente. Além de entrarmos em consenso, o setor de base florestal, engenheiros, Indea e a Sema quanto as divergências que ainda temos sobre essas espécies. Sanados esses problemas não vemos problemas com a classificação da madeira”.
A falta de estrutura e a paralisação dos transportes até que se defina essa situações, segundo Tagliari, pode causar prejuízos grande, já que existem veículos em trânsito, alguns aguardam carregamento e muita madeira nessa época do ano pode ser deteriorada, caso não seja embarcada no período indicado.
Sobre a decisão do Tribunal de Justiça, Tagliari disse que o sindicato não vai questionar e sim acatar a decisão e o que a lei determina. “O que nós pedimos é condições de estrutura para que essa lei seja cumprida da maneira como foi colocada”.
Segundo o presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari, o que o setor sempre lutou foi para que houvesse igualdade perante os demais estados, quanto a classificação da madeira, a taxação tributária e a questão da identificação.
Na segunda-feira (16), o Sindusmad vai realizar uma assembleia extraordinária com os associados, às 19h, na sede do sindicato. O objetivo é direcionar as atitudes que o setor vai tomar para que a lei seja cumprida.
Atualmente o sindicato conta com 187 indústrias madeireiras associadas em Sinop, Santa Carmem, Vera, Claudia, União do Sul, Marcelândia, entre outras.