A Ferrovia Centro-Oeste, que ligará Goiás, Mato Grosso e Porto Velho (RO), deve ficar pronta em 5 anos. As obras para fazer os 1,065 mil km e cerca de 13 km de pontes devem iniciar ano que vem, com R$ 6 bilhões de investimentos. A data só será definida com a conclusão da licitação e demais procedimentos legais. Em Mato Grosso o trem vai passar por 9 municípios: Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Ubiratã, Paranatinga, Gaúcha, do Norte, Água Boa, Canarana, Nova Nazaré e Cocalinho. Os dados acabam de ser apresentados em Lucas do Rio Verde pela equipe técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres, do Governo Federal. O diretor Jorge Bastos, conduziu, na Fundação Rio Verde, onde aconte o Entec$, reunião participativa com líderes políticos de Mato Grosso, do setor de agronegócio. Ele confirmou que Lucas do Rio Verde terá um terminal de cargas para armazenar grãos que serão transportados até Porto Velho (Rondônia) e de lá para o exterior, além de transportar insumos para produtores no Médio Norte de Mato Grosso em eoutras regiões. O terminal ficará a cerca de 5 km do centro da cidade.
A empresa vencedora da licitação explorará a concessão por 30 anos para a operar o transporte de produtos. Os estudos preliminares da obra também foram apresentados, no trecho entre Campinápolis e Lucas do Rio Verde. A redução no frete será de aproximadamente 35%. Centenas de carretas deixarão de trafegar pelas BRs 163/364. A VALEC (empresa do governo federal) vai comprar toda a capacidade de transporte produzida pela concessionária. VALEC oferecerá capacidade de transporte para o mercado e para qualquer produtor escoar sua produção. Poderão também ser transportados contêiners com combustível, insumos, madeira e outros produtos. Será cobrada tarifa de fluição (por tonelada) da concessionária, pelo governo, pela utilização da linha, e outra ao concessionário que vai operar o trem. Os valores vão ser fixados. O critério vale para o trecho Campinápolis-Lucas do Rio Verde e demais trechos do traçado.
Estudo do traçado também pronto mas podem sofrer ajustes decorrentes de condições ambientais, geológicas. O projeto de engenharia será feito pela concessionária. Os pátios terão 3,2 mil metros para abrigar os trens.
O senador Blairo Maggi (PR) disse, na solenidade, que a ferrovia não tem mais volta. “Estamos hoje engravidando a ferrovia. Não tem aborto. Depois tem licitação, contratação, execução da obra. Em 5 anos, no máximo, nós vamos ver o trem apitar nos campos de Mato Grosso, aqui em Lucas”, afirmou. “Se o concessionário fizer em 3 anos será melhor porque terá retorno mais rápido. A viabilidade é muito simples de ser constatada. Numa única safra o governo vai tirar do seu orçamento R$ 1,2 bilhões (com prêmios para o milho e outras operações) e a ferrovia custa R$ 6 bilhões. 5 anos de obra é muito rápido, de alta viabilidade. Ninguém tá fazendo favor pra ninguérm. Estamos dando passo para esta região progredir e ser auto-suficiente. O dinheiro que governo gasta conosco (prêmio de milho) poderá ser usado para resolver problemas em outras regiões”, declarou.
Blairo expôs que “Mato Grosso tem neste momento grande safra de milho, a Aprosoja fala em até 13 milhões de toneladas, o mercado esse ano desandou, baixou, não tá fluindo, diferente do ano passado. O governo está buscando resolver o problema e as soluções estão sendo lideradas pelo luverdense, Neri Geller (secretário Política Agrícola do Ministério da Agricultura), que está no 2 escalão fazendo um grande trabalho para resolver muitos problemas. Um deles é solucionar destinação de 2 milhões toneladas de milho e mais 1 milhãoo tonelada em AGF e mais de 7 milhões que pode ser em prêmio PREPO”, elogiou.
Blairo lembrou que a luta pela Ferrovia Centro-Oeste iniciou quando Luiz Pagot logo assumiu o DNIT e iniciou contatos com Dilma Roussef, que era ministra da Casa Civil. O senador também critocu a ALL -América Latina Logística- que opera na ferronorte escoando parte da safra de Mato Grosso a partir de terminais na região Sul. “Ela enfia a faca no produtor para transportar grãos e terá que baixar o preço para competir com a ferrovia daqui”, atacou.
O secretário extraordinário de Logística do Estado, Francisco Vuolo, disse que o governo estadual tem feito sua parte para que a Ferrovia Centro-Oeste saia o quanto antes. “Estamos (Brasil) muito atrasados em relação em relação aos nossos principais concorrentes na produção agrícola. Estados Unidos t6em 200 mil km de ferrovia e aqui temos 20 mil com 10 mil funcionando. Nosso Estado é pujante, onde cabem 3 Itálias, precisa de alternativas para escoar sua produção. As coisas estão ficarão boas, teremos um corredor muito competitivo. O governo do Estado manifesta apoio total para esta ferrovia. O governador Silval está priorizando esta obra. Estamos trabalhando para agilizar o processo burocrático e sonhamos que ano que vem podemos ter o desenho da ferrovia em Mato Grosso”, disse.
No final dos discursos, o prefeito Otaviano Pivetta entregou ao diretor da ANTT um pedido para mudar o traçado da BR-163 em aproximadamente 10 km porque, atualmente, com o crescimento de Lucas do Rio Verde, a rodovia “corta” o centro da cidade. Ele defende que a BR-163 tenha um contorno pela parte oeste e passe “por fora” da cidade.
Os deputados Nilson Leitão, Welington Fagundes, Dilmar Dal Bosco, Marcio Pandolfi participaram da audiência, bem como os prefeitos de Tapurah, Santa Rita do Trivetlatto, dirigentes de associações, sindicatos e federações.
(Atualizada às 15:43h)
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