Os produtores de aves em Nova Mutum decidiram, ontem, no final da tarde, em assembleia, suspender temporariamente o fornecimento de frangos para o frigorífico local que vende sua produção para diversos Estados. O motivo é o baixo preço que está sendo pago, que não estaria bancando os custos de produção. O presidente da Associação dos Avicultores, Valdemir Grando, confirmou, ao Só Notícias/Agronotícias, que houve tentativa com a indústria de negociar o valor, mas não houve acordo.
“Existe parceria dos produtores e empresa. O saldo líquido (que deveria ser pago para produtores) está há mais de 5 anos sem correção. Temos 176 núcleos com produção de aves. São cerca de R$ 120 mil por núcleo que a empresa não está pagando o que chega a R$ 20 milhões”, calcula Grando. “Já mandamos ofícios, notificações judiciais e simplesmente não respondem. Mês passado, nos reunidos com diretores e ficaram de fazer a correção da planilha até ontem. Para nossa surpresa, eles queriam até reduzir os valores que nos pagam e que constam na planilha de custos. Como não houve acordo, mais de 90% dos criadores decidiram não liberar os frangos de suas granjas”, confirmou Valdemar Grando.
Por dia, são entregues cerca de 280 mil aves para o frigorífico. A associação tem 98 produtores integrados. Mas há 127 em Nova Mutum. “Não vamos cortar ração. Continuamos cuidando normalmente dos animais. Porém, diante dos prejuízos que temos, decidimos suspender a entregar as aves”, acrescentou Grando.
Para retomar o fornecimento, ele disse que os criadores querem correção imediata da planilha de custeio, pagamento do saldo líquido e retroativo para os criadores. Também é reivindicado apoio na solução ambientais na questão das composteiras e da questão do pagamento do INSS das obras dos barracões feitos nas granjas.
A empresa ainda não se manifestou sobre as cobranças. Não foi confirmada a quantidade de aves que há na frigorífico para manter a escala de abate e produção.
(Atualizada às 08:43h)