As vendas nos supermercados do país tiveram alta de 9,65% em março, na comparação com o mesmo período de 2012, segundo o Índice Nacional de Vendas, divulgado hoje (29) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a fevereiro deste ano, as vendas no setor cresceram 19,26%.
De acordo com Flávio Tayra, gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da Abras, o aumento das vendas foi influenciado pela Páscoa. "Em março [deste ano], as vendas ficaram concentradas em um mês, enquanto em 2012 ficaram diluídas em dois, já que a Páscoa caiu na primeira semana de abril. Isso significa que em abril deste ano as vendas devem cair, mas essa queda não deve ser acentuada", disse.
O vice-presidente da Abras, Márcio Milan, prevê um crescimento anual de 3,5% para o setor supermercadista, semelhante à alta acumulada durante este ano, de 3,53%. "Essa projeção é consistente e factível", declarou.
Já o indicativo de desempenho da cesta com os 35 produtos de largo consumo, o Abrasmercado, teve queda de 0,45% em março, na comparação com fevereiro. O valor médio passou de R$ 356,75 para R$ 355,16. No acumulado do ano, o Abrasmercado apresentou alta de 3,91%.
Segundo Marco Aurélio Lima, diretor da unidade de negócios da GfK – organização que fez a pesquisa, a queda de 0,45% veio após sete meses seguidos de alta do índice, entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano. "É uma queda importante que reflete as desonerações [sobre produtos da cesta básica]. As carnes, um dos itens mais caros, influenciaram e os preços foram levados às gôndolas", disse.
Os produtos que tiveram as maiores altas em março na comparação com fevereiro, foram a cebola (23,1%), o tomate (11,94%) e o leite em pó integral (6,17%). Já os itens que apresentaram as maiores quedas foram os cortes mais nobres de carne, conhecido por carne traseiro (-7,34%), açúcar (3,9%) e carne dianteiro (-3,7%).
A expectativa é que haja redução nos preços dos itens da cesta pesquisada pela Abras durante os próximos meses. "Com a chuva no Nordeste, vamos ter um resultado melhor. A oferta e a demanda dos produtos que sofreram altas também estão se regularizando", informou Marco Aurélio.