O processo de reestruturação da dívida pública de Mato Grosso foi o tema do projeto Sexta Econômica, realizado pelo Conselho Regional de Economia (Corecon), ontem. A palestra foi ministrada pelo secretário-adjunto executivo do Núcleo Fazendário, Vivaldo Lopes. O economista detalhou o processo que resultou na queda de juros do resíduo da dívida pública, ou seja, de aproximadamente 14% ao ano para algo em torno de 5% ao ano.
Em 2012, o governo do Estado obteve um financiamento de R$ 979 milhões junto ao Bank of America, valor este repassado para o Tesouro Federal. Atualmente, Mato Grosso desembolsa cerca de R$ 1,2 bilhão por ano para pagar sua dívida pública. "Nós trocamos uma dívida muito cara, fora da atual realidade econômica, por uma mais barata, alongada, e com período de carência. Queremos encontrar soluções também para o restante da dívida", pontuou Vivaldo Lopes. Este valor a ser renegociado não foi informado o valor.
"Nesta palestra apresentamos todo o histórico da negociação. Iniciamos contextualizando a necessidade do Governo em ampliar sua capacidade de investimento, a negativa da União em renegociar diretamente a dívida pública, e a solução apresentada por Mato Grosso", destacou o economista.
Segundo o palestrante, a resistência da União em realizar a renegociação junto a todos os Estados e municípios é o montante envolvido nesta operação. Somados os débitos, seria uma renegociação de R$ 453 bilhões. Neste sentido, a operação realizada por Mato Grosso foi um laboratório de sucesso para outras operações.
O evento do Corecon também foi utilizado para o lançamento de uma publicação da entidade: a Revista O Economista, que traz como destaque a matéria Mato Grosso: Um gigante de oportunidades, além de uma entrevista exclusiva com o governador do Estado, Silval Barbosa.