Duas empresas mato-grossenses entraram com pedido de falência no primeiro bimestre deste ano, o que representa um aumento de 50% se comparado com o mesmo período de 2012, quando houve um requerimento. Nesses dois primeiros meses também foram protocolados cinco pedidos de recuperação judicial, quase o dobro do ano passado, com três requerimentos. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Especialistas no assunto não estão otimistas, pois acreditam que esse número ainda deve aumentar não só em Mato Grosso, mas em todo o país. O motivo, seria o encarecimento e a escassez de crédito no mercado.
A previsão de especialistas em recuperações judiciais não é nada boa. Para o advogado Eduardo Henrique Vieria Barros, a tendência é que a quantidade de empresas recorrendo à Justiça em busca de recuperação deverá aumentar de forma considerável. Ele conta que desses cinco pedidos de recuperação registrados, dois foram requeridos por ele para duas grandes empresas mato-grossenses. Em São Paulo ele também já ingressou com um pedido para outro grupo em dificuldades financeiras.
Barros explicou que o principal fator em comum entre a maioria das empresas que recorrem à recuperação está a dificuldade em conseguir crédito no mercado. Ele disse que o problema é na verdade uma bola de neve que vem crescendo desde a crise de 2008. "Até mesmo algumas empresas já consolidadas no mercado, antes numa situação confortável, passaram a buscar crédito com mais frequência nesses últimos anos. Mas chega um momento em que elas precisam recorrer a bancos menores e até factorings e agiotas pagando juros muito altos entre 10% e 15%", disse enfatizando ser impossível a sustentação no mercado por longo tempo em tal situação. "Então elas acabam recorrendo a recuperação judicial".
Somente em fevereiro deste ano foram registrados 100 pedidos de falência em todo o país, conforme revela o Indicador Serasa Experian. O número é menor que os 167 requerimentos verificados em janeiro, e que os 152 observados em fevereiro do ano anterior. Dos 100 pedidos de falência no 2º mês de 2013, 64 são de micro e pequenas empresas, 29 de médias e 7 de grande portes.