A produção industrial mato-grossense cresceu 4,10% em outubro deste ano, sobre igual mês de 2013. De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados nesta sexta-feira (5), o Estado é um dos cinco estados que tiveram expansão, dentre os 15 pesquisados. A maior alta ocorreu no Espirito Santo (11,7%). Nas demais unidades da federação houve retração, como já indicavam os especialistas e o próprio setor.
No Estado, de janeiro a outubro de 2014, a produção da indústria subiu 1,9%, em relação ao mesmo período do ano passado. Na variação mensal, de setembro para outubro de 2014, o setor se manteve estável. No indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta chega a 3,4%. A pesquisa mostra um cenário que o empresariado desconfia. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas para Construção de Mato Grosso (Siccemt), José Lavaqui Sobrinho, está difícil acreditar nesse crescimento divulgado pelo governo.
“Porque a gente passou em Cuiabá, em Mato Grosso, um ano muito difícil. Eu não vi, não estou enxergando nenhuma ‘luz no fim do túnel’, que resolva o problema. Para ser sincero, estamos numa recessão desde o início do ano. Houve muita obra em Cuiabá, mas caiu construção de imóveis porque o governo não liberou muitos contratos junto à Caixa para o Minha Casa Minha Vida. Isso deu um impacto negativo para nós e estamos sentindo as dificuldades”, avalia.
A expansão da indústria em geral no Estado pode ter sido puxada, no entanto, por outros setores. De acordo com o diretor-executivo do Sindicato Intermunicipal da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Mato Grosso (Sindirepa/MT), Carlos Costa, este ano o segmento vai fechar com expansão entre 8% e 10%. A explicação é simples: os veículos adquiridos no período de baixa no IPI estão perdendo a garantia. Em 2014 foram cerca de 40 mil unidades. Segundo ele, a atual situação econômica do país, considerada ruim, favorece o setor. “Quando há dificuldade para comprar, a manutenção aumenta. As pessoas preferem arrumar o usado”, diz o diretor-executivo da Sindirepa/MT, estimando que o crescimento na atividade deve continuar em 2015.
Brasil – a indústria brasileira se manteve estável entre setembro e outubro deste ano, mas registrou novas quedas nas análises acumulativas. Entre janeiro e outubro de 2013 e os mesmos 10 meses de 2014, o recuo foi de 3%. No acumulado de 12 meses, o índice foi de 2,6%. Segundo o IBGE, na comparação entre os meses de outubro de 2013 e 2014, os recuos mais intensos foram registrados por Amazonas (-9,9%), Ceará (-8,7%), Paraná (-8,3%), Rio de Janeiro (-7,3%) e Pernambuco (-7,1%), pressionados, pela redução na produção dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores) e outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças e acessórios).
No acumulado dos 10 meses de 2014, frente igual intervalo de 2013, a baixa na produção nacional alcançou 10 dos 15 locais pesquisados, com 5 recuando com intensidade superior à da média da indústria (-3%): Paraná (-6,1%), São Paulo (-5,7%), Bahia (-4,8%), Rio Grande do Sul (-4,5%) e Rio de Janeiro (-3,9%).