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Crédito consignado para pessoas cresce 45,6%

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A concessão de crédito consignado para pessoas físicas cresceu 45,6% entre setembro e outubro, apontam dados divulgados hoje (26) pelo Banco Central (BC). Entre os servidores públicos, houve alta de 46,8% nos empréstimos. Entre os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a elevação chegou a 57,7%. O crédito consignado entre trabalhadores do setor privado foi o único a recuar, caindo 4,4%.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, atribuiu a expansão do uso da modalidade entre servidores e beneficiários do INSS ao recente aumento do prazo para pagamento. O número máximo de parcelas para servidores públicos cresceu de 60 para 96 meses. Para aposentados e pensionistas, passou de 60 para 72 meses. “Isso permitiu uma expansão do consignado no mês”, dlsse Maciel.

Para ele, o salto não é necessariamente preocupante. “Nos últimos anos, a modalidade se consolidou. Houve um processo de aprendizado por parte dos tomadores e de quem concede o empréstimo, em termos de garantia e gestão de finanças pessoais. Em termos de educação financeira, tivemos um avanço importante”, comentou Maciel, que destacou ainda a inadimplência em baixa.

Em outubro, a inadimplência do crédito total foi 2,9%. A inadimplência do crédito livre, cuja concessão não obedece a normas do governo, ficou em 4,8%. No crédito total, a taxa é a menor da série histórica do BC, iniciada em março de 2011. No crédito livre, o patamar ficou esteve próximo da menor taxa de inadimplência já ocorrida, que foi 4,7% em dezembro de 2013.

Tulio Maciel ressaltou que boa parte da alta da taxa de juros para pessoas físicas, que ficou em 44% ao ano e cresceu 1,2 ponto percentual ante setembro, decorre do aumento dos juros do cheque especial. A modalidade registrou juros de 187,8% ao ano, em outubro, com crescimento de 4,5 ponto percentual ante setembro e de 43,3 pontos percentuais em 12 meses.

“Um dos motivos [para a alta dos juros de pessoas físicas] é que a inadimplência do cheque especial aumentou”, disse Maciel, ao lembrar que a modalidade seja usada “com parcimônia”.

Quanto às operações de crédito em outubro, que somaram R$ 2,926 trilhões, Maciel disse que a expansão foi “moderada”, conforme as previsões do Banco Central. Ele estima que as operações fechem o ano dentro da projeção do Banco Central, com expansão de 12%. “Em agosto, o crédito crescia a uma taxa de 11,1% [em 12 meses], passou a 11,7% em setembro e agora está em 12,2%. Essa trajetória é consistente com a nossa projeção”, destacou.

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