O Ministério dos Transportes ainda analisa 16 propostas de grupos interessados em fazer os estudos de viabilidade da ferrovia ligando Sinop a Miritituba (PA), numa extensão de aproximadamente 950 quilômetros. No entanto, o empresariado da principal cidade do Norte mato-grossense já vislumbra os impactos na economia. O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACES), Rodolfo Mello, diz que vai melhorar muito a distribuição de produtos pela rota no Centro-Oeste, estimando redução em frete e preços em mais de 10%.
O presidente destacou também que a rota vai consolidar Sinop ainda mais como região produtora. “A região é caracterizada como polo na produção de grãos, e isso vai se consolidar ainda mais. No caso de produtos dos Estados Unidos ou China, por exemplo, que a distribuição é via Santarém ou porto de Santos, isso pode mudar. Com a ferrovia, pode acontecer aqui, pelo Centro- Oeste, com frente caindo até 15%”, destacou, ao relatar ter visto a entrevista do representante de uma multinacional japonesa de veículos. “Ele disse que pode fazer a distribuição dos produtos via Centro-Oeste”.
Com a ferrovia o presidente também vislumbrou novos investimentos na cidade. “Se investimento menos frente, sobre mais dinheiro, que fica aqui e pode ser aplicado na cidade […].Isso também atrai novos investidores, já que a cidade é considerada polo”, acrescentou.
A Universidade Federal de Santa Catarina ainda deve apresentar traçado de extensão da ferrovia de Sinop a Cuiabá. A data ainda não foi definida, no entanto, o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo (ex-secretário estadual de Logística), adiantou que será defendida a linha na margem esquerda da rodovia, sentido ao Pará, devido ao potencial mineral.
O trecho entre Rondonópolis e Cuiabá está orçado em R$ 1,360 bilhões em 220 km. No ano passado, foi inaugurado o Terminal Ferroviário de Rondonópolis e cerca 360 km de trilhos, passando também pelos terminais de Alto Araguaia, Alto Taquari e Itiquira.