A Universidade Federal de Santa Catarina apresenta, semana que vem, em Brasília, o traçado de extensão da ferrovia Senador Vicente Vuolo, de Sinop a Cuiabá. A data ainda não foi definida, no entanto, o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo (ex-secretário estadual de Logística), adiantou que será defendida a linha na margem esquerda da rodovia, sentido ao Pará, devido ao potencial mineral. “Informações mais técnicas, a quilometragem, investimentos, enfim, vão ser apresentados no dia do encontro, mas somada a duplicação da BR-163, a região vai ter um desenvolvimento imensurável”, disse ao Só Notícias.
Além da queda no valor do frente sentido Pará (que ainda não há estimativa), o presidente destacou também o transporte dos produtos feitos na zona franca de Manaus. “Hoje, eles são transportados por Belém, pelo Atlântico até São Paulo, com a ferrovia vão vir por aqui, passar por Mato Grosso, derrubando custos e vindo mais baratos”, acrescentou. “A BR-163 duplicada não vai deixar a espinha dorsal de Mato Grosso, com somada a ferrovia, a região vai experimentar um grande desenvolvimento”, complementou.
Representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Universidade Federal debateram, em março do ano passado, com entidades do setor produtivo e político de Sinop, a projeção econômica da ferrovia. As discussões giraram em torno da elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA), dos trechos ferroviários de Rondonópolis até Cuiabá (cerca de 200 quilômetros) e de Cuiabá a Santarém (mais de 1,5 mil quilômetros), passando por Sinop.
O trecho entre Rondonópolis e Cuiabá está orçado em R$ 1,360 bilhões em 220 km. No ano passado, foi inagurado o Terminal Ferroviário de Rondonópolis e cerca 360 km de trilhos, passando também pelos terminais de Alto Araguaia, Alto Taquari, Itiquira.
Em relação a BR-163, a empreiteira Odebrecht, vencedora da concessão, deve iniciar, na segunda-feira (9), os trabalhos de duplicação da rodovia entre o perímetro urbano de Rondonópolis até o terminal multimodal da América Latina Logística. Este trecho compreende cerca de 22 quilômetros de traçado. Ao mesmo tempo, a empresa pretende acelerar os trabalhos de recuperação nos trechos entre o Posto Gil e Nova Mutum e também no contorno da rodovia em Cuiabá.
Conforme Só Notícias já informou, A Odebrecht arrematou, no ano passado, a concessão do trecho da rodovia BR-163 em Mato Grosso com uma proposta de pedágio de R$ 0,02638 por quilômetro (ou R$ 2,638 para 100 quilômetros rodados). O valor representou um deságio de 52,03% em relação ao teto de R$ R$ 0,055 fixado pelo governo. Ao todo, serão nove praças de pedágios.