Devido ao forte calor deste verão, o consumo de energia elétrica nas residências em janeiro ficou 7,9% maior do que no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal federal que atua no planejamento do setor energético. Dos 866 gigawatts-hora (GWh) consumidos a mais no mês, 257 GWh foram na Região Sul, uma das mais afetadas pela onda de calor.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram aumento no consumo de energia elétrica de 18%. Porto Alegre registrou mais de 20 dias com temperatura máxima acima de 30 graus Celsius (ºC), chegando a 35 ºC em alguns dias. Neste verão, as vendas de ar-condicionado no estado cresceram 25%, segundo divulgou a EPE, com base em dados da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav).
Segundo a entidade nacional do setor, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Abrava), as vendas de ar-condicionado dos tipos split e janela, usados em residências, escritórios e pequenos comércios, de 2010 a 2013, ultrapassou o total vendido na primeira década do milênio, chegando a uma estimativa de 30 milhões de aparelhos no país. Com isso, de acordo com a EPE, o consumo desses equipamentos chega a 4.684 GWh, o que equivale a 25% a 30% do consumo de energia elétrica nas classes residencial e comercial ou de 10% a 12% do consumo total do país.
Em São Paulo, o aumento do consumo foi 7,5%, e no Rio de Janeiro, que teve vários dias com temperaturas acima de 40 ºC, foi consumido 6,3% a mais do que em janeiro de 2013. No Nordeste, o aumento do consumo foi em média 11,5%, com destaque para o crescimento de 14,5% no Maranhão. Na Região Norte, o consumo cresceu 23,5% no Amazonas, onde o número de consumidores subiu 6,6%.
De acordo com o órgão, o consumo nacional de energia elétrica chegou a 40.251 GWh no mês, 4,9% maior do que em janeiro de 2013. O consumo de comércio e serviços subiu 7,6% e o industrial aumentou 0,9%, com destaque para acréscimo de 5,6% em Santa Catarina e de 4,9% no Rio Grande do Sul. Por outro lado, a menor atividade no setor de alumínio diminuiu o consumo industrial no Maranhão em 25% . O Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) é um dos maiores complexos de produção de alumínio primário e alumina do mundo.