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Setor produtivo do Nortão considera preocupante tarifa inicial do pedágio

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Uma parte do setor produtivo do Nortão está preocupada com as tarifas de pedágio que começam a ser cobradas, a partir de domingo (6), na BR-163, em 9 praças, entre Sorriso e a divisa com Mato Grosso do Sul. Os sindicatos rurais de Sorriso e Sinop calculam que uma carreta, com 7 eixos, por exemplo, pagará mais de R$ 215 no trajeto de ida. Considerando a volta, passaria de R$ 430.

Os valores definidos por eixo de carreta/caminhão, para quem for trafegar do Nortão ao Mato Grosso do Sul, é de R$ 6,10 em Sorriso, R$ 4,30 em Lucas do Rio Verde, R$ 3,30 em Nova Mutum, R$ 4,10 em Diamantino, R$ 4,90 em Jangada, R$ 4,50 em Rondonópolis e R$ 4 em Itiquira, totalizando R$ 31,20.

"Se vendeu uma ideia bem menor de valores, inicialmente de R$ 2,63 por eixo e houve reajustes. Agora, estamos vendo em Sorriso (primeira praça) valor de R$ 6. Ficou preocupante porque o preço vai ser repassado para o setor produtivo primário. O frete já é caro e agora a fatura do pedágio vai para o produtor pagar. Esperávamos pedágio razoável e na prática começa como sendo pesadelo. Não queremos culpar a empresa concessionária, que acabou incorporando outros serviços como a conservação do Posto Gil (médio norte) a Rondonópolis (sul), que estará onerando o preço, mas o governo acaba não fazendo sua parte e joga a fatura para nós pagarmos", criticou, em entrevista ao Só Notícias, o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antonio Galvan.

"Ir e voltar do Nortão a Rondonópolis é quase R$ 1 por saca de milho, por exemplo, só de frete. Isso diminui a renda do produtor. No preço do milho representa cerca de 6% a menos no bolso do produtor", comparou. "No final da história, o consumidor final, a dona de casa que vai ao mercado fazer compras também vai pagar a conta. O governo vai repassando responsabilidades para a empresa e, com isso, pedágio vai subindo", analisou.

"Reconhecemos que a empresa está fazendo obras importantes, a qualidade da via melhorou muito, sinalização, segurança. As melhorias são indiscutíveis. Em relação a qualidade, hoje estamos no céu", finalizou Galvan.

O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laercio Lenz, considera que o valor inicial "vai ficar caro para carretas" que levam soja, milho, algodão, carne e demais produtos. "No início falaram em preço bem menor do que estão querendo cobrar atualmente. Uma carreta de 7 eixos vai gastar mais de R$ 250 só de ida para levar produtos ao destino final. E tem mesmo valor da volta. Vai dar mais de R$ 10 por tonelada só de pedágio. Com isso frete vai aumentar e o produtor acaba pagando mais essa conta", observou. "Essa é minha opinião como produtor e não em nome do sindicato. Mas a metade do valor ficaria de bom tamanho", disse, ao Só Notícias.

"Não sou contra o pedágio. Mas a tarifa está fora da realidade. Pelo tanto de carreta que vai passar nas praças de pedágio, será uma grande arrecadação. Ir de carro, o preço está dentro da realidade. Mas vemos que para caminhões ficou alto o valor.", analisou. "A rodovia melhorou muito, está bom para andar, temos assistência, não somos contrários à cobrança mas há que se considerar o momento econômico adverso", concluiu.

Para quem trafegar de veículo, do Nortão até a divisa, o valor será de R$ 38,50. Em Sorriso é R$ 6,10. No trecho de Lucas do Rio Verde o valor vai para R$ 4,30; Nova Mutum R$ 3,30; Diamantino R$ 4,10; Acorizal/Jangada R$ 4,90; Cuiabá/Santo Antônio de Leverger R$ 3,60 ; Campo Verde/Santo Antônio R$ 3,70; Rondonópolis R$ 4,50 e Itiquira R$ 4.

O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad), Gleisson Tagliari, considera que, para o setor madeireiro, o valor que será praticado nas tarifas terá impacto considerável no frete. "A tarifa inicial deveria ser inferior ao que será praticada. E temos qui o fator impositivo porque só tem a BR-163 pra chegar até Cuiabá. Não temos outra opção, assim como ocorre em outros Estados e países. Infelizmente, estamos nos acomodando em achar que pedágio é mal necessário", analisou, em entrevista ao Só Notícias. "A economia de Mato Grosso vai perder. A gente não deve repassar valor do pedágio pra madeira porque vai perder competitividade com produtos dos Estados vizinhos", analisou.

Por outro lado, o presidnete do Sindusmad analisou que, "quem trafega em veículos de passeio é muito boa a tarifa".

Outro lado
Em nota, a Rota Oeste informou, ao Só Notícias, que "de acordo com a resolução nº 4.811 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de 26 de agosto de 2015, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (27.08), a Tarifa Básica de Pedágio (TBP) reajustada da BR-163 em Mato Grosso será de R$ 0,045 por km, ou seja, R$ 4,50 a cada 100 km de rodovia. A composição do valor publicado pela Agência inclui: cálculo do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao período entre o lançamento do edital, em 2013, e o início da cobrança, agosto de 2014; cálculo do impacto da isenção da cobrança sobre o eixo suspenso de veículos de carga, aprovada pela Lei 13.103 de 2015, a Lei dos Caminhoneiros; cálculo da inclusão do novo escopo de trabalho nos seguintes trechos:
108 km entre o Trevo do Lagarto e Rosário Oeste (Km 434,1 ao 542,8 km da BR-364),
Travessia urbana de Rondonópolis (km 125,2 ao km 130,2 da BR-163)
Travessia urbana de Nova Mutum (km 592,9 ao km 600,7 da BR-163)
Travessia urbana de Sorriso (km 746 ao km 760 da BR-163)
Conservação e recuperação de 174 km entre Rondonópolis e Cuiabá.

O acréscimo de R$ 1,89, a cada 100 km, com relação à TBP de R$ 2,64, é referente ao reajuste inflacionário, que corresponde a R$ 0,91, e aos reequilíbrios econômico-financeiros, sendo um de R$ 0,48 para recompor a perda de receita decorrente da aprovação da Lei dos Caminhoneiros e R$ 0,50 em contrapartida dos importantes investimentos na BR 163, incluindo assunção dos trechos DNIT. A Rota do Oeste destaca que, mesmo com o reajuste inflacionário e reequilíbrios econômico-financeiros, o valor da tarifa de pedágio da BR-163 em Mato Grosso é um dos menores do país, no mesmo patamar dos valores das rodovias leiloadas na 3ª etapa do programa de concessões do governo federal", informa.

(Atualizada às 11:51hs)

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