O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), Gleisson Tagliari, afirmou que empresas do setor estão fechando as portas e funcionários perdendo os empregos em decorrência da falta de liberação dos Planos de Manejo Florestal por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “A situação já se tornou insustentável”, resumiu, em entrevista ao Só Notícias.
Tagliari explicou que falta a matéria-prima para que as empresas possam produzir e gerar empregos. Segundo ele, o setor não parou totalmente na região, pois ainda há empresas que possuem um pequeno estoque de matéria-prima para trabalhar. No entanto, isso não é suficiente para continuar mantendo o setor aquecido.
Já as empresas que não conseguiram planos de manejo novos e já esgotaram o estoque antigo ou fecharam as portas temporariamente ou concederam férias coletivas para os funcionários. O presidente disse que tem conhecimento de pelo menos três empresas no município que se encaixam nestas duas situações.
Ele acredita que os efeitos do desemprego em decorrência desta situação no setor serão sentidos, mas não em grande escala em Sinop. Tagliari justifica este seu ponto de vista lembrando que o município tem a economia amparada em outros setores. No entanto, deu exemplo de Cláudia que é amparada economicamente neste setor.
Segundo o presidente, em reunião recente, o prefeito da cidade vizinha, João Batista, afirmou que o setor local está praticamente parado e cerca de 15% da população deixou a cidade devido às demissões e falta de emprego. “Este tipo de situação vai impactar as cidades menores, que vivem exclusivamente do setor”.
Tagliari afirmou que a Sema se comprometeu em emitir alguns planos de manejo de forma emergencial para que o setor não entre em colapso no Nortão. Esta seria uma medida paliativa e está longe de ser a melhor opção para os empresários deste ramo. Segundo ele, o volume aprovado não é suficiente, mas pode fazer com que o setor não pare.
O presidente disse ainda que o governo abriu conversações e está tentando arrumar uma forma de não deixar o setor parar e provocar demissões em massa. Reuniões foram realizadas em Cuiabá e ele acredita que os manejos possam ser liberados até o próximo mês e os empresários voltarem a operar nem que seja com uma capacidade um pouco menor.
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) informou que o setor travou devido a burocracia da Sema, nesta gestão, ao adotar critérios visando reduzir o desmatamento ilegal. Segundo ele, este impasse está sendo solucionado com base na Lei Complementar 567/2015, que altera a Lei 233/2005 – aprovada no mês passado – e que estabelece responsabilidades civil, criminal e administrativa aos engenheiros e técnicos que assinam os planos.