Os líderes de alguns trechos onde as rodovias estão bloqueadas começaram, pela manhã, liberar o tráfego de carretas carregadas com combustível, as câmaras frias (carne) e ração para animais em alguns trechos de rodovias em Mato Grosso. Um dos primeiros é na BR-163 em Sorriso. Inicialmente, a passagem será por 48 horas, o que proporcionará que diversas cargas de óleo diesel, gasolina, álcool, comida, ração que estão nas filas esperando passar possam chegar nas cidades de destino, o que deve leva algumas hora porque há longas filas. A informação acaba de ser confirmada, ao Só Notícias, pelo presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e região, Vilson Rodrigues, que está no bloqueio em Sorriso.
Porém, a maioria das carretas que tem como destino cidades do Nortão está parada em outros trechos onde o bloqueio permanece. Em Lucas do Rio Verde, a decisão é manter o bloqueio de combustível até meio-dia e à tarde haverá nova reunião para decidir se as cargas vão ser liberadas. O presidente do Sindicato Rural, Carlos Simon, informou que a passagem de carretas com combustível deve ocorrer no final da manhã. "Estamos apoiando a manifestação (caminhoneiros) mas esperamos bom senso porque temos a safra em andamento", disse.
A assessoria da Polícia Rodoviária Federal informou que, em outros bloqueios em Mato Grosso, não há, por enquanto, liberação de combustível, comida e ração. A assessoria da Rota do Oeste acaba de informar, ao Só Notícias, que em Cuiabá, cargas de combustíveis continuam impedidas de passar. As perecíveis passam.
Em Nova Mutum, carretas com combusível e ração continuam paradas nas filas. Um dos líderes do manifesto informou que é esperada a chegada da Polícia Rodoviária Federal para organizar o trânsito e será feita liberação de combustível. Mas não foi previsto horário. Em Sinop, um dos líderes do movimento, informou que a liberação parcial começou esta manhã.
A desobstrução é para cumprir decisão da justiça para desobstruir o tráfego. A 163/364 têm bloqueios em Rondonópolis, Cuiabá, Diamantino, Nova Mutum, Lucas, Sorriso e Sinop. Carretas e caminhões carregadas com outros produtos devem continuar com tráfego impedido.
Desde ontem, está faltando combustível em várias cidades, dentre eles Cuiabá, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Guarantã do Norte, dentre outras. Alguns postos em Sinop amanheceram fechados porque venderem todo o estoque e estão esperando chegar as cargas que estão paradas nas estradas. "Mesmo se liberarem a passagem hoje, a partir de amanhã é que poderemos revender nas bombas. Não é possível, neste momento, apontar com segurança quando teremos combustível novamente para revender", disse um gerente de posto em Sinop.
Desde segunda-feira, que os manifestantes impediram passagem de qualquer carga, exceto as "vivas (animais) em 10 trechos de 3 rodovias federais em Mato Grosso (163, 364 e 070). Há centenas de outras cargas com destino para cidades mato-grossenses que estão em rodovias de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul onde houve bloqueio, mas também a justiça ordenou que seja liberada passagem dos que levam alimentos perecíveis, alimentos e combustível.
O tráfego será lento nas próximas horas e algumas cargas -dependendo do local onde estão- podem demorar até 7 horas para chegar no destino. É o caso, por exemplo, de motorista que está no bloqueio em Cuiabá e tem que ir a Sorriso.
"Agora, produtores vão colher, as pessoas vão ter combustível. Mas queremos apoio da sociedade porque está claro que não é só uma luta dos caminhoneiros. É da população que deve se manifestar. Esperamos apoio", disse. "Caminhoneiros vão permanecer mobilizados. Os caminhoneiros pararam país porque estão falindo", acrescentou Vilson Rodrigues.
Os caminhoneiros cobram redução no preço do óleo diesel (o governo federal diz que não discute o assunto), é reivindicado que diversas tradings do agronegócio paguem preço mínimo do frete estabelecido pela Secretaria de Fazenda. Também é cobrada carência para pagamento de parcelas de financiamentos de carretas e caminhões porque muitos motoristas autônomos não estão conseguindo pagar devido aumento nos custos.
Presidentes de Sindicatos Rurais da região Norte reúnem-se, à tarde, em Lucas do Rio Verde para debater estratétias e tentar sensibilizar os manifestantes a liberarem cargas com óleo diesel porque estão "perdendo parte da safra" que não é colhida. Em muitas fazendas, acabou combustível para colheitadeiras trabalharem. Cerca de 65% da safra de soja nas região Norte e Médio Norte não foram colhidas.
Em instantes, mais detalhes
(Atualizada às 11:33hs)