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Indústria da construção enfrenta pessimismo e setor desaquecido, diz pesquisa

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Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a indústria da construção ainda não reagiu às primeiras medidas econômicas do governo Michel Temer. A pesquisa aponta empresários pessimistas e nível de emprego sem melhoras em relação aos meses anteriores.

Em uma escala de 0 a 100, em que qualquer número abaixo de 50 representa uma queda, o número de empregados em setembro chegou a 39,7 pontos, um valor semelhante a agosto. Já o índice de atividade da indústria é considerado estável, com 41,5 pontos. Em julho, esse número era 0,8 pontos maior, caiu 0,5 pontos em agosto e mais 0,3 em setembro.

Os empresários do setor se mostram pessimistas em relação aos próximos seis meses. Em setembro, todos os índices de expectativas mantiveram-se abaixo de 50 pontos. As expectativas do nível de atividade, da abertura de novos empreendimentos, da compra de insumos e em relação ao número de empregados apresentaram ligeira queda.

A situação econômica do país se reflete em queda no consumo, e o setor da construção vem sentindo o impacto da redução de demanda. E é justamente a demanda interna insuficiente o principal problema apontado pela indústria no terceiro trimestre, seguido da taxa de juros elevadas e da alta carga tributária.

Esperanças de melhora

Apesar do cenário negativo no setor, a pesquisa mostra uma ligeira melhora no acesso ao crédito, ainda que continue em uma perspectiva negativa. Em uma escala de 0 a 100, onde qualquer número abaixo de 50 representa dificuldade no acesso ao crédito, e facilidade acima de 50, o indicador do terceiro trimestre mostrou melhora de 1,7 pontos em relação ao período anterior. A tendência de alta vem desde o primeiro trimestre do ano, que apontava 23,1 pontos, chegou a 26,3 no segundo trimestre e agora marca 28 pontos.

Outro número que ainda está baixo, mas vem reagindo lentamente, é a disposição de empresários em investir. O índice de intenção de investimento aumentou para 28,8 pontos em outubro de 2016, saindo de 26,9 em setembro. A pesquisa, no entanto, alerta sobre a reação ainda frágil e cautelosa. “A intenção segue baixa: a queda do nível de atividade, o baixo uso da capacidade de operação e as expectativas ainda pessimistas desestimulam os empresários a investir”, diz a publicação.

O economista da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que a pesquisa foi feita antes da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que baixou em 0,25 pontos percentuais a taxa Selic. Segundo ele, a medida é importante para uma melhora no setor. "A pesquisa foi feita antes do anúncio da redução da taxa de juros básica, a Selic. A queda dos juros é importante para a recuperação da construção, porque ajudará a melhorar a situação financeira das empresas e estimulará a demanda do setor", avalia.

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