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Ex-secretário em MT e presidente de conselho da CNI diz que terceirização precariza é “balela”

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A declaração é de Alexandre Furlan, que atualmente é o presidente Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e já foi secretário de Indústria e Comércio em Mato Grosso durante o governo Blairo Maggi, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele aponta que a modernização das leis do trabalho é fundamental para recuperar a capacidade das empresas de competir e retomar o crescimento da economia brasileira.

Para ele, dar segurança e liberdade para empresas e trabalhadores negociarem rotinas e formas de atuação profissional é avanço e não retrocesso nas conquistas trabalhistas no país. O debate, segundo Furlan, deve se pautar pela busca do equilíbrio entre competitividade e produtividade das empresas com a devida proteção do trabalhador. "Um primeiro passo nesse sentido é não ideologizar o debate tratando a exceção como se fosse a regra".

Furlan afirma que na área trabalhista todos os discursos são ideologizados. “Quando se trata a coisa com um viés eminentemente ideológico, dissociado da racionalidade necessária nesse mundo tão distinto, você não avança. Um exemplo é a questão da terceirização. Quando começamos a falar de terceirização como uma forma moderna de se organizar as atividades econômicas buscando competitividade, buscando especialização, o que veio do outro lado foi que terceirizar é precarizar. Não é nada disso, hoje em dia só precariza quem for contra a lei. O Brasil talvez seja um dos únicos países do mundo que alçou ao patamar constitucional o direito trabalhista”.

Para ele, há alguns pontos importantes que precisam ser vistos. “A questão da terceirização é importantíssima e esse troço de que terceirizar é precarizar é balela, pois o índice de formalização no Brasil é de 52%, de uma maneira geral. Os demais 48% são informais, e ninguém fala dos 50 milhões de trabalhadores que estão na informalidade. Agora, dos terceirizados, 72% estão formalizados. É o que tem maior índice de formalização. Não há acordo em relação à terceirização da atividade-fim. O que é a atividade-fim e o que é a atividade-meio do ponto de vista atual em que se trabalha em cadeias? O que as montadoras de automóveis e a Embraer fazem hoje? Elas terceirizam sua atividadefim inteira, mas aí pode. Para a empresa que quer terceirizar, não pode. Se eu tenho uma máquina que dá duas manutenções de uma semana por ano, por que eu tenho que ter um mecânico 52 semanas por ano se vou precisar dessa pessoa só duas semanas por ano?”.

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