O dólar comercial fechou esta terça-feira (7) com queda de 1,2%, cotado a R$ 3,449 na venda. É a terceira queda seguida da moeda norte-americana e o menor valor de fechamento desde 11 de maio, quando terminou o dia valendo R$ 3,446.
Com isso, o dólar acumula queda de 4,53% no mês e desvalorização de 12,65% no ano. Na véspera, a moeda havia caído 0,98%.
O dólar começou o dia em alta, mas mudou de sentido e passou a cair ainda pela manhã, durante a sabatina do indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).
O mercado de câmbio foi influenciado hoje pela sabatina de Ilan Goldfajn. "A leitura do mercado é que haverá pouca interferência no mercado de câmbio quando o Ilan estiver no comando do BC", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.
"Considero haver praticamente consenso de que é preciso reconstruir o quanto antes o tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, que permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em passado não muito distante", afirmou Goldfajn, durante a sabatina.
Goldfajn foi aprovado pela comissão para ocupar a presidência do BC, mas a nomeação para o cargo precisa ainda ser aprovada no plenário da Casa.
Investidores continuavam de olho no cenário político brasileiro.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de políticos de alto escalão sob a acusação de terem tentado obstruir a operação Lava Jato.
Na lista de Janot estão o presidente suspenso da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).
"A sensação de risco no Brasil cresceu bastante. E quando o quadro político aperta, o investidor procura o dólar como forma de proteção", afirmou à Reuters o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
Operadores temem que a instabilidade política possa dificultar a aprovação de medidas para ajustar as contas públicas no Congresso e prejudicar a credibilidade do país.