Mato Grosso tem déficit habitacional de 80 mil unidades, conforme levantamento do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado (Sinduscon). Só em Cuiabá e Várzea Grande é 30 mil. “Entendemos o índice como alto, e precisa ser trabalhado com urgência. Entretanto, esse número de 80 mil está estável há 2 anos, quando conseguíamos construir de 10 a 15 mil unidades todo ano. Não conseguimos mais diminuí-lo por uma série de dificuldades”, afirma o presidente do Sinduscon, Julio Flávio Miranda,
Em Cuiabá, há 5 mil casas prontas, mas ainda sem aprovação da prefeitura. A não aprovação de projetos é um grande obstáculo para a construção civil, mas o maior contratempo é devido à CAB. “Em Cuiabá, nossa maior complicação é a disponibilidade de distribuição de água e esgoto”, diz Miranda. Ele explica que na região central a distribuição é mais tranqüila por conta da ETA São Sebastião, entretanto, nas regiões mais afastadas, como no Coxipó e na saída para Chapada dos Guimarães, onde há unidades prontas, a situação agrava.
No programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, existe 5 mil unidades com obras paralisadas em Cuiabá, Várzea Grande, Barra do Garças, Rondonópolis, Campo Novo e Lucas do Rio Verde.
As construtoras dos residenciais entraram com recuperação judicial. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil rescindiram os contratos e ainda vão iniciar novo processo para contratação. “Enquanto isso as casas vão deteriorando e a necessidade de aporte fica cada vez maior”, aponta o presidente do Sinduscon.
O sindicato ainda afirma que o governo de Pedro Taques não apresentou nenhuma proposta de política pública para o setor habitacional. “O governo estadual poderia, por exemplo, entrar com a contrapartida para iniciar empreendimentos”, sugere Julio Flávio, que lembra o modelo da Casa Paulista, em São Paulo.