O Ministério da Fazenda previu que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um recuo de 3,1% neste ano, ligeiramente pior que o estimado anteriormente, mas ainda mais otimista que a leitura de mercado.
A nova expectativa está em anexo do projeto que propõe alteração da meta fiscal deste ano, enviado nesta segunda-feira (28) ao Congresso Nacional. Há menos de uma semana, a pasta havia divulgado que via contração de 3,05% da economia neste ano, em seu relatório de receitas e despesas do 1º bimestre.
Para 2017, a expectativa é de alta de 1% do PIB, seguida por nova expansão de 2,9% em 2018.
Os números contrastam com o de economistas, que veem, segundo levantamento Focus mais recente divulgado pelo Banco Central, uma queda na atividade econômica de 3,66% em 2016. Para 2017 e 2018, a perspectiva é de um crescimento bem mais modesto, de 0,35% e 1,5%, respectivamente.
Inflação, juros e câmbio
Em relação à inflação, a Fazenda manteve a projeção de alta de 7,44% este ano, vendo aumento de 6% em 2017. Para 2018, a expectativa é que o avanço de preços domésticos vá ficar em 5,44%.
Em todos os anos, os percentuais são mais alinhados com os do mercado. Economistas, também segundo o Focus, apontam inflação de 7,31% em 2016, de 6% em 2017 e de 5,41% em 2018.
Eles diferem, contudo, do compromisso que vem sendo martelado pelo BC, de terminar 2016 com a inflação dentro do limite da meta, fazendo-a convergir para o centro da meta de 4,5% em 2017. Neste ano, a banda de tolerância para a inflação é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, caindo a 1,5 ponto percentual no ano que vem.
O cenário macroeconômico de referência traçado pela Fazenda considera ainda uma Selic de 14,25% ao final de 2016, patamar atual da taxa básica de juros, que segue inalterado desde julho de 2015. Segundo a Fazenda, os juros devem cair a 12,75% ao final de 2017, cedendo mais um pouco em 2018, a 11,50% ao ano.
Em relação ao câmbio, a expectativa da Fazenda é de um dólar a R$ 4,36 ao final de 2016, R$ 4,40 ao fim de 2017 e R$ 4,33 ao fim de 2018.