O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso gastou com a preparação e execução do referendo sobre a comercialização de armas de fogo e munição o equivalente a 1,27 real por eleitor. Este valor, porém está abaixo do gasto pela média nacional, que foi o equivalente a 1,65 real por eleitor.
O Tribunal Superior Eleitoral disponibilizou 202 milhões de reais para que os 122.102.746 eleitores brasileiros participassem da consulta popular desse último domingo. Do montante, o TRE/MT recebeu 2.361.208,00 reais e agregou seções, diminuiu o número de mesários, barateou os gastos com alimentação e transporte para que o mesmo fosse feito pelos 1.854.477 eleitores mato-grossenses. Caso o Estado tivesse recebido o mesmo valor da média nacional por eleitor, gastaria 3.067.943,73 reais, ou seja, 700 mil reais a mais do recebido.
Segundo o secretário de Administração e Orçamento do TRE, Nilson Bezerra, o Tribunal poderia ter divulgado o resultado do referendo antes da meia noite, como foi feito pela maioria dos Estados brasileiros, porém gastaria muito mais dinheiro. ¿Mato Grosso é o terceiro Estado com maior território do país e possui, ainda, três diferentes ecossistemas. Isso dificulta a logística, pois o acesso às áreas mais afastadas e alagadas é demorado. O caso da aldeia indígena Nehinako, que foi a última a ser apurada, é apenas um dos vários exemplos que temos¿, informou Nilson.
Apenas a contratação de aviões para transportar as urnas eletrônicas das seções mais afastadas ficaria por 12.731,20 reais. ¿O TRE/MT avaliou o custo-benefício e optou por transportar as urnas de seções mais afastadas de barco. No caso do referendo, não valia a pena gastar tanto dinheiro para obter o resultado algumas horas antes¿, frisou o secretário.
A última seção eleitoral a ser apurada está instalada na aldeia indígena Nehinako, que tem 87 eleitores. A aldeia fica a seis horas de barco de Paranatinga, onde os votos estavam sendo transmitidos.