Saem no início de novembro as primeiras sentenças dos processos resultantes da Operação Curupira, que desarticulou uma rede de corrupção, fraudes e crimes ambientais em Mato Grosso. O processo de formação de quadrilha no qual figuram como réus os despachantes e empresários Edmilson Mendes, Eronilson Biava e Marcos Pontes Xavier já está em fase de alegações finais.
De acordo com o jornal A Gazeta, o Ministério Público Federal e a defesa dos acusados terão três dias regulamentares para apresentar os últimos argumentos ao juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal. Esta é a última fase antes da decisão do magistrado, que poderá ser divulgada nos primeiros dias de novembro. A entrega das alegações do MPF pode atrasar alguns dias em razão da alta demanda de serviços. O órgão ainda trabalha para apresentar pareceres a respeito dos pedidos formulados por réus quanto à restrição de bens materiais. Um exemplo são os pedidos de devolução de veículos tomados pela Polícia Federal.
O trio está preso desde o dia 2 de junho, quando foi deflagrada a operação da Polícia Federal.
Eles respondem a outros processos na Justiça Federal por falsificação de documentos, estelionato e corrupção ativa e passiva. Outros nove acusados permanecem presos e respondem pelos mesmos crimes. Ao todo, foram denunciadas cerca de 200 pessoas, entre madeireiros, despachantes e servidores do Ibama.
Mendes, Xavier e Biava são descritos pelo MPF como principais operadores do esquema de obtenção e negociação ilegal de Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais (ATPFs), além de criar e fechar empresas fantasmas. Mantinham, segundo o MPF, relacionamento estreito com o esquema de corrupção montado no Ibama para satisfazer os interesses dos madeireiros, considerados como integrantes do núcleo superior da organização.