A criação do Parque Estadual das Castanheiras, no Norte de Mato Grosso, que tramita na Assembléia Legislativa, desde agosto de 2004, ganhou o reforço da ONG Grenpeace.
A área proposta para a criação dessa unidade de conservação fica na margem leste da BR-163, entre os municípios de Sinop e Itaúba, e inclui áreas dos municípios de Itaúba, Marcelândia, Cláudia e União do Sul. Com cerca de 383 mil hectares, a região contém alguns dos últimos remanescentes de castanhais nativos do Estado e é uma das últimas áreas com extensões significativas de florestas razoavelmente intactas ao longo da BR-163, no Mato Grosso.
(Clique na imagem e veja o mapa com tamanho da área -marcada em preto- proposta para criação do parque)
O coordenador do projeto Arpa, Ronaldo Weigland, confirmou que a proposta faz parte da lista a ser analisada na próxima reunião do Arpa e dos doadores do projeto – que tem o apoio financeiro do Banco Mundial, do KFW alemão e da WWF, entre outros.
Agora o Grenpeace aguarda uma sinalização concreta do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, de que pretende realmente apoiar e implementar esse projeto. A Ong afirma em seu site que o governo do Mato Grosso tem reduzido o tamanho de áreas protegidas e dado apoio à expansão acelerada de atividades que destroem a floresta e os cerrados, como a soja e a pecuária.
“A declaração de que o parque é ‘prioritário’ não basta”, disse Nilo d’Avila, coordenador do programa do Greenpeace de proteção da área da BR-163, que está no Mato Grosso. “O tempo corre contra as declarações de intenção e a favor da pressão de pecuaristas, sojeiros, grileiros e madeireiros sobre toda aquela região. É preciso ação imediata ou a população do Mato Grosso e a Amazônia perderão parte de seu patrimônio ambiental” ressaltou.
Além dos castanhais – espécie ameaçada de extinção – o parque de 383 mil hectares também ajudaria a preservar as nascentes do rio Manissauiá-Miçu e primatas da espécie Callicebus, identificada recentemente na região.
Segundo eles, É preciso agir rápido. Embora a área destinada ao Parque das Castanheiras ainda apresente 77% de sua cobertura florestal intacta, a região vem sofrendo um processo de invasão intensivo.
No ultimo dia 8, conforme Só Notícias já informou, os ambientalistas fizeram um manifesto em Cláudia. Colocaram uma enorme faixa preta com a palavra “Crime” em uma área degradada protestando contra a derrubada de Castanheiras. Uma árvore serviu como letra I para formar a palavra “crime” completada com faixas pretas.