Foram 3 dias de bloqueio da BR-163 em Peixoto de Azevedo e Sinop que começaram a dar resultados para assentados e sem-terra, que decidiram, no final de semana, suspender os protestos, depois de serem comunicados dos acordos firmados entre o Incra e sem-terra que beneficiarão uma média de 500 famílias de trabalhadores rurais e sem-terra dos municípios de Matupá, Peixoto de Azevedo e Novo Mundo.
Em reuniões com a Ouvidoria Nacional do Incra os trabalhadores conseguiram com que algumas datas fossem marcadas para que medidas sejam tomadas com relação a projetos de assentamentos. Só Notícias apurou que entre os principais acordos estão o compromisso que o Incra fez com os sem-terra de Peixoto de Azevedo para até o próximo dia 21 notificar os fazendeiros que ocuparam as terras públicas da União, na região, dando reintegração de posse a 162 famílias.
Foi marcada uma audiência em Brasília, no dia 1º de agosto, com a Ouvidoria Nacional e a Superintendência do Incra para a formação de uma força tarefa que fará a moralização da reforma agrária e a retirada de ocupantes das terras públicas do Governo Federal dos assentamentos PA Aquarium, PA Teles Pires e PA Cristalino 2, 3 e 4, todos no município de Novo Mundo. Essa equipe força tarefa será composta de representantes do Incra, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Serão firmados convênios entre o Incra e os Sindicatos de Trabalhadores Rurais de Peixoto de Azevedo e Matupá para a demarcação e topografia de 1.150 lotes do assentamento São José União entre os municípios.
Até o dia 25, o Incra deverá informar uma área de 25 mil hectares da Gleba Iriri, para a criação de projetos de assentamentos de 250 famílias. Até esta data, também será feito o cadastramento e legitimação das famílias que serão inclusas nesses novos projetos de assentamentos, dentre elas, mais 100 do projeto de assentamento da Gleba Jarimã.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Peixoto de Azevedo, Antenor Konrat (Juca), os manifestantes “aguardarão o vencimento de todas essas datas e se alguma medida deixar de ser tomada, os trabalhadores voltarão a fazer protestos bloqueando a rodovia, tanto em Peixoto de Azevedo como em Sinop”, disse.
No protesto feito em Sinop, assentados também reivindicaram homologação de suas áreas, construção de escolas e postos de saúde em assentamentos.