Só este ano, serão gastos R$ 98 bilhões com a folha de pagamento. O governo não tem uma política de reajuste linear, aposta em recomposições diferenciadas para equilibrar as distorções entre as carreiras.
Acenar com um reajuste em 2005 é algo improvável. A SRH não vê espaço para isso no Orçamento. “O governo não tem como atender ao pedido de recomposição salarial. Mesmo se tivesse esse dinheiro, será que a população apoiaria uma atitude como essa?”, perguntou Mendonça. De acordo com o secretário, as negociações continuam abertas e devem evoluir com a perspectiva de preservar a população de mais transtornos.
O movimento grevista não teme o corte de ponto e, ao fim da paralisação, espera negociar “amigavelmente” os dias parados. Números da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) mostram que 24 órgãos – entre eles Ibama, Incra e Funasa – aderiram parcialmente à greve. A entidade que representa os trabalhadores da Saúde, a Fenasps, também registra um aumento nas adesões e já fala em mais 80% das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fechadas em todo o Brasil. No Distrito Federal, a única entre as 12 a abrir para o público foi fechada ontem. Pela manhã, os funcionários da agência de Sobradinho cruzaram os braços. Mais postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fecharam em São Paulo e no Rio de Janeiro, de acordo com os sindicalistas.
O Ministério da Previdência informou que apenas 23,75% das 1.189 agências do país estão fechadas. A greve, no entanto, atingiu quase todos os estados. Segundo o balanço oficial, somente quatro ainda resistem: Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Tocantins. A 3ª Vara Federal Cível de São Paulo determinou ontem o retorno imediato de 60% dos servidores do INSS paulista alegando que os serviços essenciais não podem deixar de ser oferecidos.