A Aeronáutica confirmou há pouco que o jato Legacy não voava na altitude prevista no momento em que se chocou com o Boeing da Gol, provocando o acidente que matou 154 pessoas no dia 29 de setembro.
Ao divulgar o relatório parcial das investigações, o coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, presidente da comissão de investigação do acidente aeronáutico do vôo 1907, afirmou que o jato deveria estar a 38 mil pés quando ocorreu a colisão e não a 37 mil, altitude na qual o avião da Gol trafegava.
Pelo plano de vôo, o Legacy deveria voar a 37 mil pés até a vertical de Brasília. De lá até o ponto virtual de referência internacional Peres, voaria a 36 mil. E a partir dali até Manaus, 38 mil.
Não há registro de solicitação do Legacy para mudar o plano. Também não há registro de instrução do controle de vôo para o Legacy mudar de nível após o último contato bem sucedido do jato.
O Legacy decolou às 14h15 e atingiu 37 mil pés às 15h33, nível mantido até o momento da colisão, segundo o coronel. O choque ocorreu às 16h56, provavelmente entre a asa esquerda do jato e a asa esquerda do Boeing. Após o choque, o avião da Gol ficou incontrolável, iniciando imediato mergulho até o solo, no Mato Grosso.
Os sistemas anti-colisão do jato e do Boeing não emitiram nenhum alerta de tráfego ou instrução para o que a Aeronáutica chama de ação evasiva, ou seja, para evitar a colisão.
Segundo Rufino Silva, as informações foram encaminhadas aos familiares antes de serem divulgadas, e a investigação deve durar dez meses.
O coronel frisou que qualquer conclusão neste momento seria prematura e que o objetivo da investigação é evitar que novos que acidentes acontecem, e não apontar culpados.