A Polícia Federal voltou a reclamar que ainda não dispõe dos dados mais importantes para investigar o acidente do vôo 1907 da Gol, que caiu no dia 29 de setembro no Norte de Mato Grosso, causando a morte de 154 pessoas.
“Precisamos de informações que estão com a Aeronáutica”, afirmou em entrevista coletiva o delegado da PF Renato Sayão, encarregado do caso, referindo-se à caixa-preta e ao cilindro de voz.
Ele explicou que a Aeronáutica tem prioridade e não pode repassar os dados antes de concluir a investigação. Lamentou, no entanto, que o prazo para a PF concluir seu inquérito esteja prestes a encerrar – vence no dia 6 – e será necessário pedir prorrogação – por 60 a 90 dias.
“Nós temos que achar um culpado, eles não, e nós temos prazo para isso”, declarou o delegado, referindo-se ao fato de que a investigação da PF se dá na esfera penal e a da Aeronáutica, no âmbito técnico.
No dia 17 de outubro, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse à Agência Brasil que o acesso às informações das caixas-pretas dos dois aviões envolvidos no acidente, o Boeing da Gol e o jato Legacy, demoraria um pouco.
De acordo com Renato Sayão, a PF também aguarda uma definição do Superior Tribunal de Justiça para saber se vai mesmo investigar. “Se o STJ definir que é a competência é estadual, a PF sai do caso. Mas se for federal, vai entrar com pedido na Justiça para a Aeronáutica liberar os dados”.
O delegado contou que a PF tem todas as informações sobre o controle do espaço aéreo, mas lamentou que isso não leva a nenhuma conclusão. “Precisamos dos dados que são fundamentais. Já sei o que aconteceu no controle do espaço aéreo, agora falta saber o que aconteceu na cabine. Temos que casar uma coisa com a outra”.