A primeira pesquisa Datafolha após o debate na TV entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), realizado no último domingo, aponta que a vantagem do candidato petista subiu para 11 pontos em relação ao seu adversário tucano.A intenção de voto em Lula oscilou de 50% para 51%. Já Alckmin caiu três pontos, de 43% para 40%, em relação a pesquisa anterior publicada no último dia 6.
A vantagem do presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre seu adversário no segundo turno da eleição presidencial a ser realizado no próximo dia 29, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, subiu de sete para 11 pontos percentuais em quatro dias, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nesta terça-feira, 10 de outubro. Se a eleição fosse hoje, 51% dos eleitores brasileiros declaram que votariam em Lula, uma oscilação positiva de um ponto (eram 50% no levantamento dos dias 5 e 6). A taxa dos que declaram intenção de votar em Alckmin caiu três pontos, de 43% para 40%.
Levando-se em consideração apenas os votos válidos, Lula oscilou de 54% para 56%, enquanto Alckmin passou de 46% para 44%. O cálculo dos votos válidos exclui os votos nulos, brancos, e os eleitores que se declaram indecisos.
A avaliação que os eleitores brasileiros fazem do governo Lula se mantém estável: 49% acham que ele está fazendo um governo ótimo ou bom, 33% dizem que seu desempenho vem sendo regular e 17% classificam a administração do petista como ruim ou péssima, percentuais idênticos aos registrados na pesquisa da semana passada. O presidente obtém dos eleitores brasileiros nota média 6,6, em uma escala de zero a dez.
Trata-se da primeira pesquisa realizada após o debate entre os presidenciáveis, promovido pela Rede Bandeirantes no último domingo. Os eleitores que declaram ter assistido o programa se dividem: 43% acham que Alckmin se saiu melhor, ante 41% que apontam Lula como aquele que teve o melhor desempenho. Entre os que dizem ter assistido o debate inteiro, 44% acham que o petista foi o melhor e 42% citam o peessedebista. Afirmam ter assistido ao evento 39%, dentre os quais 16% dizem tê-lo acompanhado na íntegra e 23% apenas parte.
Foram ouvidos 2868 eleitores, em 194 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A comparação dos resultados da pesquisa de hoje com o levantamento da semana passada mostra que Geraldo Alckmin perdeu pontos em segmentos nos quais têm maior força eleitoral, enquanto Lula obteve ganhos nesses estratos. Embora essas variações não tenham sido suficientes para tirar do peessedebista ampla vantagem em segmentos como os eleitores do Sul, os mais escolarizados, e de maior renda, elas contribuíram para a ligeira ampliação da vantagem de Lula, que também ganhou pontos no Nordeste, onde já conta com o apoio da maioria do eleitorado.
Na região Sul, Alckmin passou de 57% para 54% das intenções de voto, enquanto Lula variou de 33% para 38%. Essa continua sendo a região na qual o peessedebista obtém maior vantagem sobre o petista, mas a diferença recuou de 24 para 16 pontos percentuais. No Sudeste, Lula continua com 45%, mesmo percentual obtido hoje por Alckmin, que oscilou dois pontos para baixo em relação ao levantamento anterior. Nas regiões Norte e Centro-Oeste o candidato do PT se manteve com 50%, enquanto o presidenciável tucano passou de 44% para 41%. Lula ampliou sua vantagem no Nordeste, de 39 para 47 pontos: a taxa dos que têm intenção de votar pela reeleição do atual presidente entre os eleitores dessa região subiu de 67% para 71%, enquanto a dos que pretendem votar no ex-governador paulista passou de 28% para 24%.
Alckmin continua com expressiva vantagem entre os eleitores com renda familiar acima de dez salários mínimos. No entanto, perdeu sete pontos percentuais entre esses eleitores (passou de 69% para 62%), enquanto Lula ganhou sete (de 24% para 31%).
A diferença entre os dois candidatos vai se estreitando quanto menor a renda do eleitor. Entre os que têm renda entre cinco e dez salários mínimos, a vantagem de Alckmin sobre Lula passou de dez pontos na pesquisa anterior (51% a 41%) para três pontos e um empate técnico hoje (48% a 45%). Entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos também ocorre empate: o candidato petista oscilou de 45% para 47% e Alckmin passou de 49% para 45%. Entre os que têm rendimentos na faixa até dois salários mínimos por mês Lula, com 59%, tem 27 pontos de vantagem sobre Alckmin, que obtém 32%. Na pesquisa da semana passada, o petista obtinha a mesma taxa e o tucano atingia 34%.
O candidato do PSDB também continua à frente entre os eleitores mais escolarizados, mas com uma vantagem cinco pontos menor do que a que obtinha no levantamento anterior. Nesse segmento, ele passou de 56% para 53% das intenções de voto, enquanto Lula oscilou de 35% para 37%. Entre os eleitores com escolaridade média, segmento no qual ocorria empate (48% para o tucano, 45% para o petista), Lula tem agora seis pontos de vantagem sobre seu adversário (49% a 43%). Entre os que têm escolaridade fundamental ocorre estabilidade: o atual presidente tem 23 pontos a mais que o peessedebista (57% a 34%; na pesquisa anterior, 57% a 36%).
Nos municípios com mais de 100 mil eleitores, Lula passou de 46% para 49% das intenções de voto, e tem hoje oito pontos de vantagem sobre Alckmin, que caiu de 45% para 41%. Na pesquisa anterior, ocorria empate. Algo semelhante ocorreu nos municípios com eleitorado entre 35 a 100 mil eleitores, nos quais a preferência pelo petista passou de 47% para 50% e a taxa dos que pretendem votar no peessedebista variou de 46% para 42%.
Se, na pesquisa anterior, os eleitores que declaram ter votado no candidato do PDT, Cristovam Buarque, quarto colocado no primeiro turno da eleição, se dividiam entre Lula e Alckmin (39% para cada candidato), hoje, a maior parte deles (48%) afirma que vai votar no petista no segundo turno da eleição. A taxa dos que pretendem votar no candidato tucano passou a ser de 34% e a dos que afirmam que vão anular ou votar em branco caiu 11 pontos percentuais, passando de 15% para 4%.
Alckmin perdeu nove pontos entre os eleitores que declaram ter votado em Heloísa Helena, do PSOL, terceira colocada no primeiro turno. O tucano passou de 48% para 39%, enquanto a preferência por Lula foi de 32% para 36% entre o eleitorado da senadora.
Entre os eleitores que têm hoje intenção de votar em Lula, 91% se dizem totalmente decididos quanto a seu voto e 8% afirmam que seu voto ainda pode mudar. Entre os que declaram intenção de votar em Alckmin 89% afirmam que seu voto não muda e 10% admitem que podem mudar de idéia até o dia da eleição.
Dos eleitores que têm intenção de votar em Lula e dizem que o voto ainda pode mudar, 62% dizem que, caso mudem de idéia, darão seu voto a Geraldo Alckmin; 32% votariam nulo ou em branco. Percentuais parecidos aos verificados entre os eleitores os que pretendem votar em Alckmin e que ainda não estão totalmente decididos: 59% votariam no petista e 34% anulariam o voto ou votariam em branco.
Quando indagados a respeito do número que vão digitar na urna eletrônica para confirmar seu voto no dia da eleição, respondem corretamente 89% dos que têm intenção de votar em Lula (9% admitem não saber o número e 1% erram ao responder) e 79% dos que pretendem votar em Geraldo Alckmin (19% não sabem o número do candidato e 2% citam outros números).