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Aeronáutica se irrita com declarações dos pilotos do Legacy

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Causou indignação e irritação na Aeronáutica a declaração dos pilotos do Legacy – Joe Lepore e Jan Palladino – de que não desceram da altitude de 37 mil pés, autorizada a partir de São José dos Campos, para 36 mil pés, a partir de Brasília, porque não teriam conseguido manter contato com o controle aéreo de Brasília.

As chances de isso acontecer pode-se dizer que são nulas até porque o piloto tem outras alternativas de comunicação e o acidente ocorreu mais de uma hora depois de ele passar por Brasília, comentou uma alta fonte da FAB. E prosseguiu: “E, se por algum acaso ele não tivesse conseguido contato, este era mais um motivo para que o piloto respeitasse o plano de vôo aprovado quando ele saiu de São Paulo e não mudasse nada da rota pré-determinada”.

Outro argumento a favor do controle de vôo, de acordo com os técnicos da FAB, é que todas as aeronaves que passaram por Brasília ou pela área próxima à capital, em direção a Manaus, mantiveram contato com os operadores do Cindacta, sem qualquer tipo de problema. “Essa figura de dizer que passou (por Brasília) e não conseguiu falar, não existe”, reiterou outro oficial que acrescentou que, ainda que houvesse problema com uma freqüência em VHF, o piloto poderia ter passado para outro tipo de comunicação por rádio freqüência. “Esta é uma desculpa esfarrapada”, comentou outro oficial.

De acordo com a Aeronáutica, a informação da caixa preta do Legacy, que foi analisada em São Paulo, é de que na hora do choque a aeronave estava voando a 37 mil pés, mesma altitude do Boeing da Gol. “Com certeza ele bateu a 37 mil pés”, informou uma fonte militar. O jornalista norte-americano Joe Sharkey, nas entrevistas concedidas nos Estados Unidos, disse que pouco antes do acidente esteve na cabine e perguntou ao piloto em que altitude estavam voando. A resposta foi 37 mil pés.

Devido às inúmeras especulações, a Aeronáutica estuda a possibilidade de antecipar as informações que constam da caixa preta do Legacy, que foi examinada em laboratório brasileiro. A intenção da FAB é informar o que foi previsto para ser cumprido pelo plano de vôo do Legacy, o que foi autorizado pelo controle aéreo e o que aconteceu, conforme os registros da caixa preta.

A expectativa é de que no meio da semana que vem estes dados já sejam apresentados, primeiro aos familiares e, em seguida, à imprensa. A apresentação será feita com animação gráfica para que todos possam entender a linguagem aeronáutica e como tudo aconteceu.

80% ou mais do que aconteceu para que o acidente tivesse ocorrido poderá ser esclarecido apenas com as caixas pretas do Legacy. A caixa preta informará ainda se o transponder não estava operando, como estimam os técnicos da Aeronáutica.

Os mesmos técnicos lembraram que o Legacy possui dois tipos de equipamentos destes na aeronave e que, na ausência de um, o substituto poderia ter sido ativado, o que também não acontece, não se sabe exatamente por quais motivos.

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