O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou nesta quarta-feira que uma eventual perda de comunicação “não significa que os aviões vão bater”. O problema é apontado como uma das hipóteses para a colisão entre um Legacy e um Boeing da Gol, no último dia 29. Depois do choque, o Boeing, que transportava 155 pessoas, caiu em uma região de mata fechada, no Mato Grosso. Todos os ocupantes morreram.
“Nos oceanos, ninguém fala com ninguém, os aviões não se comunicam e não batem. Também na Amazônia, durante décadas, se voou sem o Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia] e sem qualquer comunicação, e também ninguém bateu. Portanto, mesmo uma falha de comunicação não justifica de forma alguma um choque de aviões no ar.”
O brigadeiro disse repudiar “veementemente” as declarações do repórter do “New York Times” Joe Sharkey, que afirmou considerar o controle de tráfego aéreo brasileiro “é péssimo”. Para o presidente da Infraero, Sharkey “não tem qualificação técnica para fazer as críticas que fez”. Ele ressaltou ainda que o Brasil tem um sistema aéreo “altamente qualificado”.
Ele ressaltou que desconsidera a possibilidade do vôo comercial ter feito alguma irregularidade. Para ele, as empresas nacionais mantêm um rígido controle de segurança.
Pereira participa na tarde desta quarta, em Brasília (DF), de uma missa em homenagem aos três funcionários da Infraero mortos no acidente, considerado o maior da história do país. Cerca de 800 pessoas participam da celebração. Os três funcionários da empresa mortos na queda são Esdras Lucas, Julio Mendes e Juvêncio Silva.