quarta-feira, 2/outubro/2024
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Dados do antigo Sivam podem esclarecer causas de acidente aéreo no Nortão

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Informações registradas pelo Cindacta 4 (antigo Sivam) podem ajudar a esclarecer as causas do acidente que resultou na queda do Boeing 737-800 da Gol. A aeronave teria se chocado com um jato Legacy, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo.

O acidente ocorreu na tarde de ontem no Mato Grosso, a 200 km de Peixoto Azevedo. O vôo 1907 da Gol, que havia saído de Manaus e seguia para Brasília, transportava 149 passageiros e seis tripulantes. Seu último contato foi às 16h48. Destroços do avião foram localizados por volta das 9h deste sábado por militares em uma fazenda no alto Xingu, entre Pará e Mato Grosso.

O principal ponto a ser esclarecido, segundo declarações do presidente da Infraero (estatal que administra aeroportos), brigadeiro José Carlos Pereira, é por que as duas aeronaves estavam no mesmo nível aéreo, quando deveriam estar a uma distância mínima de 300 metros.

O coordenador da Comissão de Segurança de Vôo do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), comandante Ronaldo Jenkis, explica que os aviões trafegam em aerovias (espécies de “rodovias” no céu, com rotas predefinidas).

“Quando estão na mesma aerovia, as aeronaves têm separação longitudinal quando estão voando no mesmo sentido [norte-sul, por exemplo] e separação vertical, utilizando alturas diferentes, quando estão voando em sentido contrário [dentro da mesma aerovia]”, ressalta o coordenador. “Aeronaves em rumos contrários nunca estarão na mesma altura. É impossível, agora, saber que tipo de erro ocorreu.”

As caixas-pretas das aeronaves devem ser os pontos de partida para as investigações. Há duas caixas-pretas em cada avião. Uma grava dados de vôo, como parâmetros de motor, velocidade e temperatura. A outra grava a comunicação, tanto interna quanto externa.

Para Jenkis, os dados arquivados pelo Cindacta 4 (Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo) auxiliarão no esclarecimento do caso. Antigo Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), o sistema controla o tráfego aéreo na Amazônia por meio de um complexo esquema de funcionamento de radares. O Sivam, concebido em 1990 a partir do Cindacta na década de 70, sofreu denúncias de irregularidades durante a sua implantação.

“Não temos notícia de falha nesse sistema. Tudo é gravado, entre dados dos vôos e dos aviões”, afirma Jenkis. Por conta desse monitoramento, as investigações devem ocorrer com muito menos dificuldades do que as do acidente do Boeing 737-200 da Varig, que caiu na selva do Mato Grosso em 1989.

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