No dia 1º de outubro, 5.406 candidatos deverão concorrer a uma das 513 vagas da Câmara dos Deputados. A concorrência é a maior da história, superando dez candidatos por vaga, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.
São Paulo, que elege uma bancada de 70 deputados, conta com o maior número de candidatos: 1.098. O estado do Acre, que elege oito deputados, tem o menor número de inscritos: 57.
O estado do Rio tem a maior concorrência, com 16 candidatos por vaga. A menor está na Bahia, com pouco mais de cinco candidatos por vaga.
Esses números foram atualizados nesta manhã. O número de candidatos é alterado com freqüência, em razão das impugnações. Muitos nomes são retirados da lista, quando impugnados, e depois retornam ou não, dependendo dos argumentos que apresentaram à Justiça Eleitoral.
Estão aptos a votar 125.913.479 eleitores. Desse total, 90,8 % não são filiados a nenhum dos 29 partidos políticos com registro na Justiça Eleitoral. O PMDB tem o maior número de filiados: 2.023.926; e o PRB, o menor número: 3.295.
Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, a representação diferenciada definida pela Constituição é um dos motivos da alta concorrência verificada em alguns estados. Em São Paulo, por exemplo, há mais de 14 candidatos por vaga. “São Paulo é um estado sub-representado. Deveria ter 120 deputados, mas tem só 70 vagas. Nos estados do Amapá, Roraima e Acre, onde deveria ter um deputado, tem oito vagas.”
Outro motivo para o aumento da concorrência é que os pequenos partidos apresentaram mais candidatos para terem mais votos. O objetivo é se adaptar à cláusula de barreira, que aumentou o número de votos necessários para que os partidos tenham funcionamento parlamentar.
Renovação partidária
David Fleischer estima que haverá uma renovação de 60% a 65% da Câmara após as eleições, sendo que o PMDB ficaria com a maior bancada. Atualmente, o PMDB é a segunda bancada, com 78 deputados. A maior bancada é do PT, com 81 parlamentares. Para Fleischer, por causa dos escândalos políticos, o PT passaria a ter, no máximo, 55 deputados.
O professor Fabiano Santos, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), avalia, no entanto, que o PT continuará com a maior bancada na Câmara, podendo aumentar o número atual. Já o PMDB, que não tem candidato a presidente, perderia vagas. Para elaborar essa estimativa, ele utilizou o total de votos alcançados pelos partidos nas últimas eleições e as votações para presidente da República.
Santos explica que, desde a década de 90, se observa uma estabilização nas preferências dos eleitores por partidos, no caso de votações para o Legislativo. Ele disse ainda que os deputados eleitos pelo PSDB e pelo PT foram beneficiados pelas candidaturas a presidente da República que tiveram.