Os oitenta galos apreendidos em Alta Floresta no dia 10 de agosto estavam em situação irregular. Segundo o chefe da regional do Ibama em Alta Floresta, Rodrigo Dutra da Silva, a maioria dos animais estava ferida e mutilada. “Alguns estavam sem dedos, outros com ferimentos na cabeça em decorrência das brigas com outros animais e pelo menos 10% estavam cegos de um olho. Pelo laudo que fizemos, ficou realmente constatado que houve maus tratos e que eles vinham sendo utilizados para rinha”, disse ele.
Ele explicou ao Só Notícias que as aves possivelmente deverão ser identificadas com anilhas (processo que consiste na colocação de um anel na perna do animal) . Elas foram deixadas inicialmente com o próprio dono que fica nomeado como fiel depositário. No entanto, ele não pode mais se desfazer dos animais e tem que responder pela integridade física dos galos. “Depois disso, eles poderão ser doados para chacareiros, como reprodutores. Pelo menos, é uma possibilidade que estamos estudando”, explicou o chefe do Ibama.
O criador poderá responder na Justiça por maus tratos aos animais e será obrigado a pagar uma multa, que será estipulada hoje. Como Só Notícias já informou, os galos foram aprendidos em uma casa na rua F6, em Alta Floresta. A operação foi feita por fiscais do Ibama acompanhados de agentes da Polícia Civil, após denúncia de no local funcionava uma rinha de galos. Uma arena localizada no local foi interditada.
Ninguém foi preso porque não houve flagrante. Ou seja, no momento da apreensão, não estava havendo rinha. A prática de rinha é considerada crime ambiental e se enquadra no artigo 32 da legislação ambiental, que prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. O artigo condena o ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.