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Processo que apura chacina é transferido para Matupá

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Será transferido da comarca de Peixoto de Azevedo para a comarca de Matupá, o processo que apura a “Chacina de Matupá”. A transferência do caso para a cidade onde foram executados Osvaldo José Bachmann e os irmãos Arci e Ivanir Garcia dos Santos foi comunicado pelo promotor Adriano Roberto Alves, da Comarca de Peixoto de Azevedo, que atua no caso.

Os três foram queimados vivos em Matupá em 1990 e o crime ganhou projeção internacional. Os policias militares denunciados foram os responsáveis pela negociação e rendição dos três assaltantes que tomaram a família do garimpeiro Carlos Mazzoneto como refém em um assalto. A promessa feita pelos militares era de que os bandidos seriam trasladados de avião para Colíder, cidade vizinha, onde seriam indiciados por cárcere privado, o que lhes renderia uma pena de 30 anos.

José Bachmann e os irmãos Arci e Ivanir Garcia dos Santos estavam apavorados com a idéia de que uma multidão enraivecida os aguardava do lado de fora da casa. Depois de se entregarem, os bandidos foram colocados em um Opala e levados para um terreno baldio. Lá, foram espancados e baleados. Depois foram levados para onde a população enraivecida estava. Em seguida, jogaram combustível nos três e atearam fogo.

Com a implantação da Comarca em Matupá, o caso já foi transferido. Pelo crime foram denunciados (acusados formalmente) 23 pessoas, entre políticos, empresários e policiais militares da cidade. Até hoje, 15 anos após o crime, nenhum dos denunciados foi a julgamento. Na semana passada, a justiça tentou ouvir cinco policiais militares que foram responsabilizados criminalmente, mas eles não foram localizados.

Em março deste ano, de acordo com o jornal A Gazeta, o promotor Adriano ingressou com um pedido de desaforamento do processo junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), mas o pedido ainda não foi analisado. Isso significa que, se o pedido for aceito, o julgamento será realizado em Cuiabá. No pedido, o MP argumenta que dezenas de pessoas agiram de maneira indireta para o crime e que o corpo de jurados não poderia ser retirado de Matupá ou mesmo de cidades vizinhas, como Guarantã do Norte, Sinop ou Colíder. Cerca de 1,3 mil páginas fazem parte dos processos sobre a chacina de Matupá. Ao todo são 13 volumes onde centenas de depoimentos foram colhidos.

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