A lista com os nomes dos presos mais perigosos de Mato Grosso já foi enviada para o Departamento Penitenciário Nacional. Ao todo, são 17 nomes, entre eles o do empresário João Arcanjo Ribeiro, apontado em investigações da Polícia Federal como o chefe do crime organizado no Estado. São presos envolvidos nos crimes de morte, seqüestros, mando de assassinato, tráfico de drogas e latrocínio (roubo seguido de morte).
João Arcanjo, o “Comendador”, é condenado em diversos crimes federais e ainda aguardando julgamento em pelo menos outros 18 processos, entre eles alguns assassinatos como mandante.
Também estão na lista Hércules Araújo Agostinho, João Leite, Fernando Belo, ligados a João Arcanjo, Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, condenado há mais de 150 anos de prisão em dezenas de assaltos e latrocínios, Marcinho PCC e outros.
Os 17 presos de Cuiabá estão “escalados” para se integrarem às listas de outros Estados que vão habitar as novas celas com 208 vagas da 1ª da Penitenciária Federal do Brasil, já conhecida como Penitenciária de Catanduvas, localizada no Estado do Paraná.
”O governo entrega a penitenciária, mas sua lotação depende da Justiça Federal e das áreas responsáveis em cada unidade da federação. É bom lembrar que esses presos poderão ser já condenados ou provisórios” Maurício Kuehne, diretor do Departamento Penitenciário Nacional.
Uma resolução do Conselho Federal de Justiça determina que a permanência do preso não poderá ultrapassar 360 dias na unidade prisional. Esse prazo pode ser dilatado por solicitação do juízo federal responsável pelo presídio.
Na prática, cada Estado brasileiro deverá fazer uma relação de seus criminosos mais perigosos. Essa relação, depois de aprovada pela Justiça Estadual, é encaminhada à 1ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR), que irá escolher os 208 presos que serão levados para Catanduvas.
“A idéia é que cada Estado relacione seus principais líderes criminosos, com as unidades federais servindo de suporte para os sistemas estaduais, especialmente na desarticulação das quadrilhas que agem hoje a partir dos presídios”, afirma Kuehne.
Segundo Kuehne, os presídios federais de Campo Grande (MS) e Mossoró (RN) deverão ser entregues no próximo semestre. O de Porto Velho (RO) tem cronograma de entrega para o início do próximo ano. Já a penitenciária prevista para o Espírito Santo, com problemas de viabilização de um terreno propício, poderá ser transferida para Minas Gerais.